No nosso segundo dia em Gramado, fomos fazer o tal do City Tour. No fim do último post classifiquei o passeio como “controverso” e explico por que: eu sou sempre a favor de fazer city tour. Ele te dá uma visão geral da cidade, te leva a lugares que precisam ser visitados uma vez e pronto e te deixa a dica de outros lugares que valem a pena voltar para conhecer com mais calma, afinal, o city tour é sempre uma correria louca!
Porém, e sempre tem um porém, o passeio de Gramado não é assim. Primeiro, porque leva um dia inteiro, muito tempo para conhecer duas cidades (Gramado e Canela) tão pequenas e próximas. Segundo porque é muito mais comercial do que turístico. Perdemos muito tempo em lugares que podem gerar lucro para as empresas e pouco nos que realmente valem a pena.
Mas vamos ao passeio. Cedo, muito cedo – mais precisamente, às 7h30 – o ônibus nos buscou no hotel (e esse já foi meu primeiro desagrado. Quem, a passeio, quer acordar tão cedo assim?). Depois de rodar por outros hotéis, buscando outros passageiros, chegamos à primeira parada: o Castelinho Caracol. Na verdade, não é um castelo, mas uma casa construída entre 1913 e 1915, toda em pinheiro brasileiro. O grande destaque no local é que o primeiro piso da casa foi todo construído sem um único prego. As peças de madeira são todas encaixadas. Lá dentro, os quartos e demais cômodos da casa ainda guardam objetos antigos, móveis, brinquedos. Muita coisa que poderia ter sido legal, caso nosso guia fosse bacana e contado a história da casa pra gente. Mas como isso não aconteceu, saímos de lá achando tudo muito sem graça.
O “avançado” sistema de calefação da casa
Detalhe comercial: há uma cozinha na casa que prepara waffles, strudels, croissants e outros quitutes a preço de ouro. Também vendem alguns objetos, como os relógios com cuco expostos aos montes pelas paredes.
Os relógios na parede. O mais barato que vi custava uns 70 mangos
Do Castelinho fomos para Canela e mais uma decepção nos aguardava. O que você espera de um passeio que se chama “City Tour Gramado-Canela”? Descer e passear nas duas cidades, certo? Pois é, mas isso não acontece. Não pudemos descer em Canela. É apenas um “passeio panorâmico”, como nos disse o guia mala. Mas quem vê alguma coisa interessante de dentro de um ônibus? Nem a famosa Catedral Gótica, símbolo da cidade, pôde ser visitada.
Seguimos dentro do ônibus até o parque da Cascata do Caracol. Um lugar belíssimo, com uma cascata enorme. São 131 metros de queda d’água. Chegamos, olhamos, admiramos, fizemos fotos e pronto. Meia hora estava de bom tamanho por lá, mas o tour prevê um longo tempo. Acho que ficamos quase uma hora no local. Uma coisa muito bacana é o elevador panorâmico que nos leva a um mirante cerca de 150 metros pra cima. De lá a vista é impressionante!
É água pra mais de metro!
Olha o mirante lá no alto
Da Cascata fomos ao Mundo a Vapor. Um “museu” de tudo o que pode ser feito no mundo com força a vapor. Olaria, siderúrgica, pedreira, relógios, termômetros, trens... Enfim, nada que tenha sido tão diferente. De lá, uma passadinha básica (e comercial) numa loja de chocolates. Por falar em comercial, nem vou citar um tal Museu de Cera que tinha por lá e eu e Natália preferimos não entrar.
Depois, um dos lugares mais legais que vi por lá, o Mini Mundo. Tudo construído em miniatura. Sabe aquele espírito de criança que queria ter uma cidade em miniatura para brincar? Pois lá tem isso. Os criadores do espaço são um avô e que viajou à Alemanha e trouxe miniaturas de casa de boneca e caminhão de bombeiros para os netos. Os presentes fizeram tanto sucesso com a criançada da cidade que o vovô passou a construir o mini mundo para as crianças da cidade. Várias construções de cidades alemãs estão representadas, mas também diversos outros lugares. Tem até uma igreja de Ouro Preto – MG. Tudo em escala 24 vezes menor que o real.
Uma geral de parte do Mini Mundo
A igreja de Ouro Preto - MG no Mini Mundo
Do Mini Mundo, uma passada rápida no Lago Negro. Rápida mesmo, pois a chuva apertou e quase ninguém desceu do ônibus. Nós descemos, demos uma volta no lago num carrinho de golfe e fizemos umas fotos rapidinhas, só para registro.
Vista geral do Lago Negro. Não queiram mais que isso a chuva tava forte!
Depois disso, voltamos para o hotel. Cansados pelo longo dia e também pelas irritações desnecessárias no passeio. Vale nota (ruim) a questão do almoço. Como estamos dentro do passeio a empresa nos “sugere” um local para almoçar. E por sugestão, entenda: param na porta do restaurante e dizem que este é o local ideal para comer e que ainda teremos um super desconto no preço. E que na hora combinada o ônibus sai, portanto, não é boa idéia ir almoçar em outro lugar porque poderíamos perder a hora. O restaurante era ruim? Não. Mas como amantes das descobertas culinárias, eu e Natália gostaríamos de ter mais opções para escolha.
À noite, depois de tomar um banho, fomos à Rua Coberta para jantar. Aqui vale um parêntese sobre o lugar: é como uma rua de lazer, mas que concentra basicamente bares e restaurantes. É coberta por um toldo, e este, por plantas, tipo trepadeiras. As mesas das casas espalham-se ao longo da rua. É bacana ver que as cadeiras são todas cobertas com peles (sintéticas) de animais para deixar tudo mais quentinho e aconchegante. É bem legal. Tem música ao vivo, tem restaurante chique e boteco pra todos os gostos.
Acabamos só lanchando mesmo em um lugar bem bacana chamado Beiruth. A casa é especialista nos sanduíches que dão nome ao lugar (beirutes), mas minha melhor experiência lá foi tomar a cerveja Rasen, produção local. Tomei a Pilsen e a achei mais encorpada que as pilsen normais (tipo Skol e Antarctica), mas sem gosto muito forte e que não fez mal nenhum no frio.
Friozinho com cerveja gelada? Combina...
Depois de tudo isso, mais cama. O dia seguinte prometia com o passeio da Uva e do Vinho. Mais controvérsias à vista. Aguardem!