sexta-feira, 13 de abril de 2012

O problema de apostar no “menos pior”*

Porque a verdade é mesmo esta. Em 2010, fomos às urnas sem certeza alguma. Aliás, com uma certeza apenas: era preciso fazer uma limpa na corja que vinha dominando o governo local há uns 12 anos. Mas limpa com quê? Qual o produto utilizado pra remover essa sujeira, essas manchas, esse encardimento que tomava conta da administração pública do Distrito Federal?

As opções que tínhamos, sejamos sinceros, eram escassas, de pouca ou nenhuma experiência e muita, muita mesmo, desconfiança. Alianças esdrúxulas, parcerias escusas, candidatos fantoches. O que poderíamos fazer naquela situação?

Confesso eu, e aqui é meu mea culpa, que a única hipótese que me veio à cabeça foi o voto no “menos pior”. E assim votei no primeiro turno. No segundo, dois candidatos (e aliados) que não contavam com minha simpatia. E faz o quê, te pergunto? Não vota? Anula? Branqueia? Eram opções, mas confesso que amarelei.

Com medo do mal maior, fui na opção do mal menor, que se tornou vencedor e hoje é grande mal. Não que eu ache que a outra opção seria boa, faria algo diferente. Não mesmo. Até penso que meu voto em segundo turno foi na base do “tudo, menos isso”. Mas olha, que “tudo” medonho.

Até a velha ladainha do “rouba, mas faz” vem se avizinhado na minha cabeça ao lembrar dos antigos governantes desta cinquentenária cidade. Aquele sentimento de que outros poderiam estar ali, roubando, errado e se atrapalhando, ou qualquer outro tipo de acusação que se faça ao atual comandante dessa Brasília, mas que me parece que ainda assim – olhem que absurdo – seria melhor.

Que tipos de truque a nossa mente nos prega, não? Espero apenas que o que se viu até agora do grande GDF seja apenas mais um deles e que daqui a pouco tudo se ajeite, tudo se normalize e que passemos a viver numa cidade mais próxima do que desejamos.

E que em 2014 os que estão aí percebam que não dão conta e abram espaço para novidades que apareçam para realmente mudar e traçar novos caminhos. Estou cansado do menos pior.

*Texto originalmente publicado na Revista MeiaUm

sexta-feira, 30 de março de 2012

Eu e o elevador

É engraçado como algumas coisas vão acontecendo e, de repente, você percebe que elas dizem respeito à mesma coisa. E todas elas te irritam. MUITO!

Essa semana eu me dei conta de uma dessas coisas que me irritam muito. É o elevador. Sério. Elevador me irrita muito. Adoro a máquina. É uma ferramenta utilíssima. O problema (como sempre) são as pessoas.

Então, tentemos colocar alguns pontos:

1 - Cheiros: amizades, o elevador é pequenino. É uma caixinha fechada. Qualquer cheiro ali dentro vai dominar todo o ar e irritar as pessoas (pelo menos a mim). Então, numa boa, não apague o seu cigarro e entre logo em seguida no elevador. É a mesma coisa de você colocar uma chaminé lá dentro.
Também me faça o favor de não passar a porra do seu perfume dentro do carro e entre em seguida no elevador achando que todo o mundo adora a sua "loção". Não, nós não adoramos. E ainda que adoremos, uma coisa é sentir o cheiro, outra é ficar fechado num ambiente em que só se sente isso. Principalmente às oito da manhã.
Mas a crítica ao perfume não quer dizer que tá tudo bem se você entrar no elevador com cecê. Aliás, cecê é inconcebível para qualquer situação, então acho que nem preciso me alongar mais neste assunto. Estamos entendidos?

2 - Aprenda a usar o elevador: queridões, se vocês estão no terceiro andar (3), o elevador está no -2, e você quer descer ao térreo (0), aperte o botão de DESCER! O botão para chamar o elevador indica qual ação você quer fazer dentro dele e não qual ação você quer que ele faça. Não é pra apertar o botão pra subir, como se você estivesse chamando o elevador. Ok? Se precisar, me avisa que eu faço um desenho.

3 - Dê passagem: lindos desse Brasil, você chamou o elevador direitinho como eu ensinei aí em cima? Parabéns! Mas agora, quando ele chegar, tenha calma. Espere a porta abrir completamente, veja, primeiro, se não há ninguém querendo sair. Se houver, deixe a pessoa sair, depois você entra. Lembra das aulas de física? Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço e tal... Pois é. Se você quer entrar - principalmente em um elevador cheio - é preciso que alguém saia. Então espere o passageiro sair e entre. Não vai ficar feito um louco entrando no elevador, apertando todo mundo e dificultando a saída dos outros. Tá bom?

4 - Libere o painel: gentes boas, olha que momento lindo. O elevador chegou e tá vazio. Todo mundo ali esperando e você é o primeirão a entrar. Aí você entra, aperta seu andar e fode com todo o resto do pessoal porque virou de costas e colocou a porra da sua bunda bem na reta do painel. Aí todo mundo que entra tem que ficar passando a mão por detrás de você pra poder selecionar o andar de destino. Então, a não ser que você seja muito carente e precise desse contato com outras pessoas, escolha um outro local para se posicionar dentro da caixinha e deixe o painel livre para os próximos que entram. Combinado?

5 - Use a escada: chefias, se vocês trabalham no 1º andar, POR FAVOR, vão de escada. Ninguém morre subindo um lance de degraus. E, assim, vocês também evitam que os outros passageiros do elevador fiquem imaginando como seria prazeroso te ver cair no fosso do elevador a cada vez que você entra e aperta o botão para subir um mísero andar. Aliás, siga a regrinha de ouro: vai subir um ou descer dois andares? Use a escada. Faz bem pro seu coração. De acordo?