sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dando voz

Pessoal, recebi um texto do amigo Enrique Matute, que tem entre seus títulos mais importantes o fato de ser pai da pequena Sofia, além de jornalista e especialista em administração pública.
No período pré-eleitoral que vivemos, acho importantíssimo prestarmos atenção às palavras do Enrique. Fiquem à vontade:

Votar é pra valer
Enrique Matute - Jornalista, Pós-Graduado em Administração Pública


Caros amigos,

Falta pouco para que possamos dar um novo rumo ao país. Temos em nossas mãos o poder, e agora o tempo e o espaço, para que, mais uma vez, possamos decidir o que será de nossas vidas nos próximos quatros anos vindouros. “Votar deve ser um ato de consciência e de cidadania”, diz o jargão! Escolher alguém para que nos represente não deveria estar estritamente ligado aos interesses pessoais, nem do postulante ao cargo e nem do nosso. O político, por seu lado, deve entender que o voto faz parte da soberania de uma sociedade e não de um cargo ao qual ele passa a ser proprietário, como se fosse sua empresa ou seu emprego. A responsabilidade do cargo é muito maior e muitos não sabem, ou preferem não saber ou, até mesmo, não querem saber. Por outro lado, não devemos ter em mente o egocentrismo de pensar que fulano é bom porque prometeu aumentos ou que sicrano vai baixar os impostos. O que importa é o que seria necessário fazer, hoje, para sanar problemas antigos que nos atinge como um todo, como uma sociedade unida e consciente.

Lembremo-nos de que os “santinhos” não demonstram que os postulantes sejam sacros e sinceros. Sorrisos e caras bonitas sem imperfeições humanas (milagres do photoshop) não irão nos proteger da falta de segurança e nem nos assistir de forma digna se por alguma fatalidade precisarmos de um hospital público, ou ainda, colocar em xeque-mate a educação de nossos filhos e netos, por consequência, poderemos ver, mais uma vez, a triste realidade de um rico país se dissolver pelo egoísmo, vaidade e ganância mercantilista dos que conseguem chegar ao poder enganando mentes influenciáveis.

Sou da filosofia de que um cidadão deveria estar dotado de requisitos mínimos para se tornar digno de concorrer a um cargo político. Não acho justo que aquele que deseja ingressar na vida pública consiga somente pelo seu “carisma” ou “promessa”, tornar-se deputado, senador, governador, prefeito, vereador, presidente. Defendo a tese de que, assim como para ser servidor é requisito mínimo um grande esforço de estudos para ter ao menos noções básicas sobre Direito Constitucional, Direito Administrativo, Código de Conduta Ética na Administração Pública; o postulante ao cargo público deveria realizar uma prova, formulada dentro dos moldes mínimos de conhecimentos da Constituição Federal, da Administração Pública e da Lei Eleitoral, para pelo menos formalizar que esse cidadão, o qual deseja nos representar, tenha a mínima noção do que é ser um servidor do povo, sem mais bla-bla-blasfêmias.

Vejo que o povo Brasileiro está cada vez mais consciente do poder que é o voto, mas também vejo que um candidato, palhaço profissional (sem desmerecer ninguém, é claro) é o único que teve a coragem de falar a verdade em todos estes anos de amadurecimento da democracia no Brasil: “Eu não sei o que vou fazer, mas ninguém que entra lá sabe...”. O pior é que essa verdade incomodou velhos caciques da política e que continuam enraizados ao poder.

Por isso, responsável e respeitosamente, convoco a todos os amigos e aos brasileiros aptos a votar, que o façam com a consciência limpa; exercer esse direito adquirido ao longo da história de lutas deste país, mas antes precisamos estudar a fundo os candidatos que vamos escolher e a veracidade das suas propostas, já que eles não precisam fazer nenhum tipo de esforço ou estudo ou até mesmo testes de conhecimentos sobre nossas leis para representar o povo, a sociedade, nossa nação. Votar não é brincadeira, é coisa séria e não devemos dar oportunidade aos aventureiros que querem somente garantir quatro (ou oito) anos de poder e de “emprego” super bem remunerado. Votar é pra valer, boa sorte Brasil!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Gramado, parte II

No nosso segundo dia em Gramado, fomos fazer o tal do City Tour. No fim do último post classifiquei o passeio como “controverso” e explico por que: eu sou sempre a favor de fazer city tour. Ele te dá uma visão geral da cidade, te leva a lugares que precisam ser visitados uma vez e pronto e te deixa a dica de outros lugares que valem a pena voltar para conhecer com mais calma, afinal, o city tour é sempre uma correria louca!


Porém, e sempre tem um porém, o passeio de Gramado não é assim. Primeiro, porque leva um dia inteiro, muito tempo para conhecer duas cidades (Gramado e Canela) tão pequenas e próximas. Segundo porque é muito mais comercial do que turístico. Perdemos muito tempo em lugares que podem gerar lucro para as empresas e pouco nos que realmente valem a pena.

Mas vamos ao passeio. Cedo, muito cedo – mais precisamente, às 7h30 – o ônibus nos buscou no hotel (e esse já foi meu primeiro desagrado. Quem, a passeio, quer acordar tão cedo assim?). Depois de rodar por outros hotéis, buscando outros passageiros, chegamos à primeira parada: o Castelinho Caracol. Na verdade, não é um castelo, mas uma casa construída entre 1913 e 1915, toda em pinheiro brasileiro. O grande destaque no local é que o primeiro piso da casa foi todo construído sem um único prego. As peças de madeira são todas encaixadas. Lá dentro, os quartos e demais cômodos da casa ainda guardam objetos antigos, móveis, brinquedos. Muita coisa que poderia ter sido legal, caso nosso guia fosse bacana e contado a história da casa pra gente. Mas como isso não aconteceu, saímos de lá achando tudo muito sem graça.


O “avançado” sistema de calefação da casa

Detalhe comercial: há uma cozinha na casa que prepara waffles, strudels, croissants e outros quitutes a preço de ouro. Também vendem alguns objetos, como os relógios com cuco expostos aos montes pelas paredes.

Os relógios na parede. O mais barato que vi custava uns 70 mangos

Do Castelinho fomos para Canela e mais uma decepção nos aguardava. O que você espera de um passeio que se chama “City Tour Gramado-Canela”? Descer e passear nas duas cidades, certo? Pois é, mas isso não acontece. Não pudemos descer em Canela. É apenas um “passeio panorâmico”, como nos disse o guia mala. Mas quem vê alguma coisa interessante de dentro de um ônibus? Nem a famosa Catedral Gótica, símbolo da cidade, pôde ser visitada.


Seguimos dentro do ônibus até o parque da Cascata do Caracol. Um lugar belíssimo, com uma cascata enorme. São 131 metros de queda d’água. Chegamos, olhamos, admiramos, fizemos fotos e pronto. Meia hora estava de bom tamanho por lá, mas o tour prevê um longo tempo. Acho que ficamos quase uma hora no local. Uma coisa muito bacana é o elevador panorâmico que nos leva a um mirante cerca de 150 metros pra cima. De lá a vista é impressionante!


É água pra mais de metro!

Olha o mirante lá no alto

Da Cascata fomos ao Mundo a Vapor. Um “museu” de tudo o que pode ser feito no mundo com força a vapor. Olaria, siderúrgica, pedreira, relógios, termômetros, trens... Enfim, nada que tenha sido tão diferente. De lá, uma passadinha básica (e comercial) numa loja de chocolates. Por falar em comercial, nem vou citar um tal Museu de Cera que tinha por lá e eu e Natália preferimos não entrar.


Depois, um dos lugares mais legais que vi por lá, o Mini Mundo. Tudo construído em miniatura. Sabe aquele espírito de criança que queria ter uma cidade em miniatura para brincar? Pois lá tem isso. Os criadores do espaço são um avô e que viajou à Alemanha e trouxe miniaturas de casa de boneca e caminhão de bombeiros para os netos. Os presentes fizeram tanto sucesso com a criançada da cidade que o vovô passou a construir o mini mundo para as crianças da cidade. Várias construções de cidades alemãs estão representadas, mas também diversos outros lugares. Tem até uma igreja de Ouro Preto – MG. Tudo em escala 24 vezes menor que o real.


Uma geral de parte do Mini Mundo

A igreja de Ouro Preto - MG no Mini Mundo

Do Mini Mundo, uma passada rápida no Lago Negro. Rápida mesmo, pois a chuva apertou e quase ninguém desceu do ônibus. Nós descemos, demos uma volta no lago num carrinho de golfe e fizemos umas fotos rapidinhas, só para registro.

Vista geral do Lago Negro. Não queiram mais que isso a chuva tava forte!

Depois disso, voltamos para o hotel. Cansados pelo longo dia e também pelas irritações desnecessárias no passeio. Vale nota (ruim) a questão do almoço. Como estamos dentro do passeio a empresa nos “sugere” um local para almoçar. E por sugestão, entenda: param na porta do restaurante e dizem que este é o local ideal para comer e que ainda teremos um super desconto no preço. E que na hora combinada o ônibus sai, portanto, não é boa idéia ir almoçar em outro lugar porque poderíamos perder a hora. O restaurante era ruim? Não. Mas como amantes das descobertas culinárias, eu e Natália gostaríamos de ter mais opções para escolha.


À noite, depois de tomar um banho, fomos à Rua Coberta para jantar. Aqui vale um parêntese sobre o lugar: é como uma rua de lazer, mas que concentra basicamente bares e restaurantes. É coberta por um toldo, e este, por plantas, tipo trepadeiras. As mesas das casas espalham-se ao longo da rua. É bacana ver que as cadeiras são todas cobertas com peles (sintéticas) de animais para deixar tudo mais quentinho e aconchegante. É bem legal. Tem música ao vivo, tem restaurante chique e boteco pra todos os gostos.

Acabamos só lanchando mesmo em um lugar bem bacana chamado Beiruth. A casa é especialista nos sanduíches que dão nome ao lugar (beirutes), mas minha melhor experiência lá foi tomar a cerveja Rasen, produção local. Tomei a Pilsen e a achei mais encorpada que as pilsen normais (tipo Skol e Antarctica), mas sem gosto muito forte e que não fez mal nenhum no frio.


Friozinho com cerveja gelada? Combina...

Depois de tudo isso, mais cama. O dia seguinte prometia com o passeio da Uva e do Vinho. Mais controvérsias à vista. Aguardem!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tardo (e muito), mas não falho ou Gramado, parte I

Lá no longínquo mês de junho, quando o Brasil ainda sonhava em ser hexacampeão, o povo Paul não era famoso, quase ninguém ainda estava falando de campanha presidencial e apesar do frio, ainda não nevava no Brasil, Natália e eu fomos a Gramado – RS comemorar nossos dois anos de namoro. A viagem foi excelente, nos divertimos muito e voltamos com a sensação de que precisávamos de mais um ou dois dias por lá pra curtir ainda mais.

Gramado é a típica cidadezinha turística onde tudo funciona para te atender bem. Do hotel aos atendentes de restaurantes e lojas, todo mundo é muito bem educado e treinado para atender aos turistas que passam aos montes por lá. Mas bem vamos ao nosso roteiro:

Chegamos à cidade numa quinta feira, início de noite, depois de algumas horas de avião (BSB-RJ-POA) e de carro. O frio já batia forte lá fora, mas dentro do carro tava tudo numa boa. Chegamos no hotel famintos – afinal, o dia tinha sido regado a pães de queijo nas salas de embarque e amendoins distribuídos pela cia aérea – e cansados. Então só largamos as malas no quarto e saímos logo para comer. Se parássemos para tomar banho dormiríamos.

Nossa primeira parada gastronômica foi numa casa de foundue chamada La Gruyère. A cozinha típica de gramado é a suíça, então o foundue pode ser encontrado em qualquer esquina da cidade. O restaurante foi uma recomendação do recepcionista do hotel que foi bem sincero conosco. Dissemos a ele que queríamos ir a outro local que era mais “famoso” e ele desaconselhou dizendo que eles cobravam um preço pela fama, mas que no produto que interessava tudo dava na mesma. Acatamos a idéia dele e não nos decepcionamos. O La Gruyère é realmente muito bom.

Pedimos o rodízio de foundue e para beber resolvemos encarar um vinho local, produzido em Canela, cidade vizinha chamado Jolimont. Num sei bem o que se passou na nossa cabeça, mas na hora pedimos para vir o suave. Péssima pedida. O vinho era doce feito mel. Mas foi uma boa lição para aprendermos a não ir em coisas desconhecidas demais. A carta tinha outras opções locais e conhecidas que poderiam ter sido mais prazerosas.

Mas vamos ao melhor da noite. Para quem não conhece, o foudue é servido em “etapas”. A primeira é a de queijo Gruyére (éééé, por isso que o restaurante se chama assim!) que veio acompanhada por pedaços de pão, batatinhas cozidas e batatinha noisette. Também vieram pedaços de goiabada para rolar um “Romeu e Julieta”, mas não quisemos experimentar.


Foundue de queijo com pão, batatas e goiabada (??)

No segundo round o garçom traz as carnes, que são assadas na pedra, e uma porção de molhos para a mesa. No nosso rodízio eram servidos quatro tipos de carne: picanha, filé mignon, picanha suína, e peito de frango, além dos 17 tipos de molho. Os destaques ficaram para os molhos de alho (preferido da Natália), de azeitona (minha preferência), de mostarda e o de ervas finas. Vale ainda uma menção honrosa para o de cebola com bacon. O destaque negativo vai para coisas desnecessárias como ketchup e maionese. Vale lembrar que você come o tanto de carne que quiser, não vem só o pratinho da foto não.

As carnes, os molhos e o vinho doce lá no fundo

Para última rodada, depois de já fartos de tanta carne, vem o foundue de chocolate com frutas (mamão, maçã, banana, morango, uva, abacaxi e melão) e um potinho com wafer de morango – que eu nunca tinha comido com foundue, mas aprovei. O único senão é que depois de “molhado” no chocolate o biscoito perde a crocância.

Como diria o mestre Sloth: "Chocolaaateeee!"

De barriga cheia e tontinhos de vinho doce, voltamos para o hotel. Descansar era preciso, pois no dia seguinte já faríamos nosso primeiro controverso passeio: o city tour. No próximo post!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Clipping II

Ai, ai.. essa minha vida de ser entrevistado é dureza. Dessa vez, ajudei uma colega jornalista numa matéria sobre concursos. É, to estudando pra ver se passo em um.

Assistam!!



"O importante é tentar e conseguir uma vaga"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Martha Medeiros - Bastidores

Pois bem, contei ali abaixo sobre minha experiência no evento com a Martha Medeiros, escritora gaúcha, mas como o texto foi publicado aqui e no Drops Culturais, não dava pra contar todos os pormenores.

Porque além de mim, que sou fã dela, minha irmã Priscila também foi ao evento. E se eu digo que sou fã, posso dizer que a Pri é... tem um aumentativo, muito aumentativo pra fã? Fanzassa? Fanzona? Mega fã? Super fã? Enfim, juntem todos esses e cheguem ao sentimento dela pela Martha Medeiros. Quando eu soube que ia ter esse encontro, perguntei à Pri se ela já sabia. A resposta dela foi: "Pode cair o mundo que eu estarei lá." E ela foi mesmo. Não conseguiu chegar tão cedo, mas guardei lugar na fila.

O mais bacana é que ela foi representando um grupo de umas 9 ou 10 amigas, todas ultra fãs (somem mais esse lá em cima) da escritora gaúcha. As outras gurias não conseguiram ir. Trabalho, aniversário do pai, umas moram fora... mas a Pri foi, levou flores, fez pergunta, pegou autógrafo e escreveu um bilhete de umas 15 páginas contando toda a história do grupo e o por quê delas admirarem tanto as palavras escritas pela Martha. O bilhete incluía, inclusive, um convite para que ela volte à Brasília para participar de um encontro anual que reúne todas as amigas no fim do ano.

Era visível a emoção da minha irmã e, por conhecer as outras meninas, podia imaginar a aflição de quem não estava lá. Mas acho que elas foram bem representadas. Eu, claro, embarquei na onda e também tirei foto.


Eu, Martha e as flores dadas pela minha irmã


Update de última hora: A Martha Medeiros mandou um e-mail pra minha irmã ontem! Ela faltou morrer do coração. Ligou pra todas as amigas pra contar e elas choravam ao telefone de tanta emoção. Quero ver se ela vai topar vir à confraternização delas no fim do ano. Aí o mundo pode acabar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Da leveza

Aliás, por falar na leveza que a Martha Medeiros defende nas nossas vidas (ver post abaixo), essa semana tive a oportunidade de viver um pouco de dolce far niente. Mudanças na vida me proporcionaram esses dias de ociosidade, muito bem aproveitados.

Fui à livraria tomar café entre livros e cd's, visitei amigos, li, assisti aos jogos da copa, vi filmes, namorei, bati papo com minha mãe, dormi, fui ver a Martha Medeiros no CCBB, enfim, curti a vida.

Nessas horas é que vemos como é importante parar um pouco, né? Tem uma frase, que não sei de quem é, mas sempre leio em uma lanchonete aqui de brasília, que diz "A vida necessita de pausas". E necessita mesmo. Renovar a cabeça, arejar as idéias, rever amigos que não vê há tempos, descansar, caminhar, não fazer nada. A vida precisa disso.

Precisamos segurar a onda dessa correria coporativista de mundo moderno. Precisamos ter mais tempo para nós mesmos, para nossas próprias vidas, para os nossos familiares e amigos. Precisamso de vidas menos apegadas aos escritórios e mais afeitas às salas de estar. Precisamos de mais expressões estrangeiras como o dolce far niente e o carpe diem. E também nacionais como o aproveite a vida, como o viva cada momento, como o desfrute o que tem pela frente.

Aproveitem vocês também, ainda que seja por um curto período como o meu.

Umbilical*

Ontem, 07 de julho, tive a oportunidade de ir conferir a estréia do projeto Escritores Brasileiros, no CCBB. Basicamente, é um projeto que estimula a leitura por meio de palestras em que um ator convidado interpreta trechos de textos de um grande escritor da literatura brasileira da atualidade. Na abertura do projeto, a escritora convidada era a gaúcha Martha Medeiros, lida pela atriz Cássia Kiss.

E Martha Medeiros é realmente muito boa! Já a conhecia pelos seus livros e crônicas, mas vê-la, ao vivo, falando sobre sua vida, como começou a escrever, suas influências é ainda mais legal. E fica muito melhor quando uma atriz do quilate da Cássia Kiss faz a leitura dos textos. Mas, pra mim, o que importa mesmo é a sensibilidade e capacidade de falar sobre as coisas mais simples e os sentimentos mais complexos que Martha tem.

E a razão disso, segundo ela é a forma “umbilical” que ela diz colocar no seu texto. Tudo é muito intenso, muito vivo, muito sentido. Não tem 3ª pessoa. É sempre a primeira. Ela diz escrever sobre suas próprias dúvidas. “Escrevo para responder meus próprios questionamentos. Escrevo para mim mesma”, diz Martha.

Uma dessas respostas ela se deu na crônica Doidas e Santas, que intitula seu último livro. Partindo de um trecho de um poema de Adélia Prado, Martha conta, de forma muito divertida, que nenhuma mulher é santa. “Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá, que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores, que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.” E ela mesma assume que é doida, que tem defeitos, que pensa em coisas insanas. Principalmente sobre relacionamentos.

“É entender que com possessão não se chegará muito longe. É amar o outro nas suas fragilidades e incertezas. É aceitar que uma união é para trazer alegria e cumplicidade, e não sufocamento e repressão”, diz Martha Medeiros na crônica Casamento Aberto, de 16 de outubro de 2005. Uma reflexão sobre as mudanças do mundo e as formas como os relacionamentos são construídos na modernidade. Para a autora, o segredo para viver bem no mundo atual está no fio condutor que ela diz ter ao escrever suas crônicas: não levar tudo tão a sério, viver com mais leveza, assumir suas responsabilidades e ter muito bom humor. “Não temos controle sobre nada nessa vida. Por que nos preocuparmos com coisas tão bobas. Vamos viver e deixar que as coisas aconteçam”, diz.

Mais do que falar dela, acho que o importante é ler o que ela tem a nos dizer. São 18 livros publicados entre poesias, crônicas e romances. Doidas e Santas traz uma coletânea de crônicas publicadas entre 2005 e 2008. Muita coisa boa e algumas nem tanto, mas que sempre valem a leitura, afinal, cada um é tocado de uma forma diferente pelo que ela relata. O próximo livro, intitulado Fora de Mim, tem previsão de lançamento em outubro. É uma nova ficção, um monólogo feminino sobre a dor de amor. Aguardem, comprem, leiam, prestigiem. Eu vou garantir o meu.


PS: A programação do Escritores Brasileiros promete trazer Luís Fernando Veríssimo no dia 11 de agosto. Fiquem alertas!


*Texto também publicado no Drops Culturais

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais do mesmo

Tudo bem. Eu sei que vão dizer que isso aqui tá apenas virando um depósito de links para outros blogs onde tenho escrito, mas prometo que não é verdade. Esses dias mesmo fui à Gramado e já já coloco tudo o que vi por lá aqui.

Mas antes, que tal vocês darem uma passadinha ali para ler outro textinho que fiz? É fácil, e não dói nada. Só clicar!

Vai lá!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Devagar, quase parando

É, a situação aqui nesse espaço tá mesmo devagar, quase parando. Mas é que estou em mais um daqueles momentos em que a vida real tem me exigido tanto, que a vida virtual tem ficado bem de lado. E também preciso confessar que o twitter (já me segue? então vai: @plmesquita) tem me feito manter o contato com o virtual de forma mais fácil e menos trabalhosa.

Mesmo assim, não me esqueço daqui e nem do Histórias de Um Momento. e acabei de postar um texto lá. É sobre faxina. Vai lá e lê? É só clicar aqui!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Oi, tudo bem? Tudo.

É engraçado como nos robotizamos a ter certos comportamentos, né? O telefone é um deles. Ao ligar para alguém, eu automaticamente falo: - Oi, é o Paulinho (se a pessoa ainda não sabe quem sou), tudo bem? E a pessoa, normalmente, também responde no piloto automático: - Tudo bem e você?

Parei pra pensar nisso ontem, quando liguei para uma colega cujo avô acabara de falecer. E nosso diálogo foi exatamente esse. Todo no automático. É lógico que não estava tudo bem. Ela tinha acabado de perder o vô! Mas eu perguntei e ela respondeu que sim. Ainda bem que era uma pessoa com quem posso fazer piadas e aí, ao perguntar se tava tudo bem e ela responder que sim, pude consertar dizendo: "não, num tá nada bem, né? Que pergunta mais idiota!" E ela levou numa boa.

Mas não é impressionante como isso é automático? O que mais fazemos automaticamente?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Olha eu aí...

Gente do meu céu! Escrevi mais um texto lá pro Drops Culturais. E foi sobre a perda da minha virgindade. Tá curioso? Então clica aqui.

domingo, 9 de maio de 2010

Ensinamentos da vovó

Família toda reunida para o almoço de dia das mães. O bate-papo rolava em torno das fotos da festa de casamento de um primo e evoluiu para quais seriam os próximos a subir ao altar. Eis que minha vó solta a pérola:

- Eu, na minha experiência desses tempos modernos, acho que se for pra casar tem que casar enquanto é novo.

(silêncio na sala)

- Porque aí dá tempo de casar, descasar e casar de novo...


AUAHuaHUahUHAUHAuahuHuaHAUhaUhauaHuaHuahauaH!! A risada foi geral. Veinha muderna, né?

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mais coisas que eu ouço

Entre as coisas mais bacanas de se colecionar um álbum de figurinhas está o convívio com crianças. É, não são apenas os velhos que nem eu que colecionam. A molecada também está ensandecida com o álbum da Copa.

Esses dias trocando figurinhas com um guri de 8 anos e outro de 10 anos, surgiu o papo de "namoradas". Aí perguntaram pro de 10 anos qual era a menina mais bonita e inteligente da sala dele. Eis a resposta:

- Bonita e inteligente? Impossível. Nunca vi uma bonita inteligente. Ou é um, ou é outro.

É mole?

PS: Eu morri de rir!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Continuo por aí

Então, continuo escrevendo lá no Drops. Tem texto novo lá sobre um livro que li. Tá curioso? Clique aqui!

E também tem texto novo no Histórias de um Momento. Pode clicar aqui e ler!

E comentem!!!

De volta à infância

To colecionando o álbum de figurinhas da Copa do Mundo da África. É bom demais voltar a ser criança assim. Com um bônus, não preciso pedir dinheiro pra minha mãe pra poder comprar figurinhas. Chego na banca e compro o tanto que quiser!

E aí tem a abertura dos pacotinhos, a colagem das figurinhas, a troca com os colegas. Sério, tá muito divertido. Se mais alguém tiver aí, avisa que a gente troca!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Só para registro

Na minha volta de Vitória, o grupo Parangolé estava no meu avião. Ainda bem, tudo deu certo e não rolou nenhum "Rebolation" a bordo. Cheguei são e salvo!

Vitória!

Não, eu não venci nada. Continuo na batalha da vida. Claro que temos vitórias diárias, mas nada - ainda - que se faça ser anotado por aqui. A Vitória aí do título é a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo que tive a oportunidade de conhecer um pouquinho nesse mês. Passei três dias lá, a trabalho, mas deu pra passear e ver umas coisas legais.

Cheguei lá por volta da hora do almoço, faminto. Depois de deixar as coisas no hotel entrei num táxi e pedi ao taxista que me levasse onde eu pudesse comer bem. Ele atendeu com prontidão. Me deixou na porta do restaurante Panela Capixaba, dentro do Mercado do Horto. Comida farta e saborosa. Como estava no espírito Santo, não poderia deixar de experimentar a famosa moqueca capixaba. Pedi uma de Badejo com molho de camarões. Os acompanhamentos eram arroz, pirão e pirão de banana da terra. Fiz o pedido de meia porção – considerando que estava sozinho – e ainda assim foi muita comida!


Meu prato!


O garçom que me atendeu, Seu Antônio, era uma figuraça. Conversador, contador de história e interessado em tudo que eu anotava. Fez questão de colocar em mim um babador, que era pra não sujar minha roupa, com o qual me presenteou no fim da refeição.

Depois de comer muito tive que ir trabalhar, né? Mas não antes de conferir a vista do meu quarto. Fraquinha, né?

Eu acordava e dava de cara com isso. Ruim, né?

Estava hospedado no Hotel Senac Ilha do Boi. Fantástico é a palavra que tenho pra falar do ambiente, dos quartos, da vista. Mas como ele fica no alto de um morro, o acesso é meio difícil e sem carro as coisas complicam. Mas eu me virei nas caminhadas. Além disso, achei o serviço e o café da manhã meio fracos, mas valeu.

Trabalhei o resto do dia, noite adentro e só fui fazer um lanche rápido no shopping, que ficava ao lado do hotel. Dia seguinte era meu dia de folga e aproveitei pra ir à Vila Velha, onde fica situada a fábrica de chocolates Garoto. Parti com meu companheiro de quarto, Marcos Aurélio, no ônibus da linha Ibes que pegamos de frente pro shopping. Uns 40 minutos de viagem e chegamos no nosso destino. Lá, tristeza. A fábrica só faz visitas com agendamento prévio e, segundo nos informou a atendente, a agenda já estava cheia até o dia 29 de abril. Dançamos, mas passamos na lojinha e compramos uns chocolates pra trazer pra família e namoradas. Da fábrica mesmo, só uma foto no portão.

Lá dentro, nem pensar

Como não íamos avançar no chocolate, fomos até o Santuário de Nossa Senhora da Penha, no alto de um morro de Vila Velha. O convento da Penha existe desde 1558 e é um ponto tradicional da romaria católica no país.

Olha o santuário láááá em cima

A vista de lá também é fantástica. Dá pra ver praticamente toda a cidade de Vila Velha e um tanto de Vitória. Você tem acesso a 360º da vista lá de cima.

Aqui o lado que se vê Vitória


Aqui o lado que se vê Vila Velha

Pra chegar lá em cima sobe-se um bom trecho de carro e mais um tanto de escadas, mas no tempo em que estive lá, vi várias pessoas fazendo todo o trajeto a pé, como forma de pagamento de promessa. As graças alcançadas pelos devotos tem até sala especial no santuário. Lá encontramos réplicas de partes do corpo que foram curadas, fotos, roupas e outros tipos de “souvenirs” que os fiéis deixam para agradecer.


A sala dos agradecimentos

Entre outras coisas, a arquitetura do local é impressionante. Pela grossura das paredes dá pra ter uma idéia do trabalho que tiveram os escravos para construir aquilo. Mas no fim, ficou um trabalho fantástico. Claro que ao longo dos anos a igreja foi sendo reformada. Em 2003, a última reforma, arrumaram a varanda e algumas paredes. Numa delas, deixaram a parede em diferentes camadas, para mostrar as cores que a igreja já teve: branco, verde musgo, creme, laranja, roxo, azul. Hoje voltou ao branco.

De lá fomos almoçar na beira da praia. No Quiosque do JB, fomos atendidos pelo próprio e nos fartamos com um Peroá frito com arroz, salada, banana da terra e farofa. Cervejinha gelada para acompanhar.

Delícia!

Depois foi só trabalho até voltar a Brasília.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

WWW ou As cenas que presencio

Aí que to aqui no trabalho e uma colega nova, fazendo um freela, tá que reclama dizendo que todos os e-mails que ela manda estão voltando. Liga pro povo de novo, confirma o e-mail, manda e volta... todos os e-mails dela voltam.

Até que alguém resolveu ir ver qual era o problema. O problema era o www. Em vez de simplesmente colocar o e-mail tipo zedascouves@hotmail.com, ela colocava antes o www. Então todos os e-mails que ela enviou foram pra wwwzedascouves@hotmail.com .

Coitada, tava achando que era que nem site...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Diálogos que travo por aí

Na inauguração de uma mostra de arte...

Eu: São muito bonitas as fotos, né?
Pessoa: São mesmo! Adorei!
Eu: Esse aí é o artista...
Pessoa: Laos?
Eu: É o artista...
Pessoa: Sim. O nome dele é Laos?
Eu: Não. É Caio.
Pessoa: Uai, mas tem escrito "Laos" em todas aquelas fotos ali.
Eu: Foi o lugar onde ele tirou as fotos! Essas imagens foram feitas em Laos, ignorante!
Pessoa: Nossa! Eu já ia lá cumprimentá-lo. "Parabéns Sr. Laos, lindas fotos".
Eu: olha lá as do outro lado, então. Lá ele se chama Bolívia.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu e minha fé

Quem passa por aqui com certa frequência sabe que eu não sou dos mais crentes na palavra da igreja. Apesar disso, meu amigo Diego Amorim - meu exemplo de catolicismo - disse me esses dias que eu sou o maior cristão dos não cristãos. Ou algo parecido. O chope não me deixa lembrar ao certo as palavras dele (ou será que ele só disse isso por causa do chope?).

Mas tem sempre aquelas coisas que eu vejo e não consigo não achar um absurdo. Pra tu ver, domingo passado fui com Natália à missa. Era domingo de Ramos e ela fez questão de ir. Eu, como namorado atencioso e "maior cristão dos não cristãos" fui acompanhando. Aí chega lá na Homilia e o padre começa um sermão sobre umas "notícias inverídicas de quem quer acabar com a igreja católica". Sabe do que ele falava? Disso aqui. Ok, o Papa pode até não ter culpa nisso tudo. Ele nem era Papa, na posição que ele ocupava na época podia nem ter influência nisso. Mas e a igreja? Ela, como um todo, tem sim. Pelo menos na minha opinião.

E aí, hoje, vindo ao trabalho o carro da minha frente trazia um enorme adesivo no vidro traseiro: "Deus sem você é Deus. E você sem Deus, o que é?"

Prazer, Paulo Mesquita. Isso que eu sou.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Idade

São pequenos detalhes que te fazem perceber que vai ficando mais velho. Um exemplo que aconteceu comigo essa semana foi a visita - rotineira - ao oftalmologista.

Quando mais novo, lembro que saia de lá orgulhoso por conseguir todas as letrinhas. Mesmo as mais miúdas. Dessa vez, saí orgulhoso por conseguir ler até a 4ª linha. O médico diz que foi excelente, mas pô. Já fui melhor, né?

Sem falar na minha "irmãzinha" que faz 15 anos na semana que vem. To velho.

E tem mais

Além de tudo, também to tentando dar um "up" lá no Histórias de um Momento.

Depois de falar de um casal que se bastava, agora é a vez de alguém que se basta só. Ainda que seja por pouco tempo... Pode ler aqui. E comente!

Um adendo

Só um adendo ao post abaixo. É que eu escrevi outro texto pro Drops Culturais. Sobre o filme "Ilha do Medo", com o Leonardo DiCaprio. Tá vendo como eu to trabalhando com blogs? Não é só um mero abandono a este aqui.

Vamos ler e comentar o texto? É só clicar aqui!

Outros carnavais

Tem tanta coisa acontecendo e o twitter tem se mostrado uma ferramente tão bacana, que eu ando escrevendo mais por lá do que aqui. E aí as coisas passam, perdem a validade e não chegam aqui.

Além disso, to tentando participar de uns outros projetos legais com amigos. Um deles é o Drops Culturais. Já escrevi lá sobre a Clarice Lispector e hoje contribui com mais um post. É o Follow Friday do Drops, onde a gente indica algumas coisas bacanas que gosta de acompanhar por aí. Com tempo, vou indicar muitos dos amigos blogueiros que conheci aqui, visito regularmente e também recebo muitas visitas.

Enfim, esse é só mais um daqueles posts enrolation, pra dar uma desculpa pela não atualização desse espaço. Tá atualizado!

Confiram os links e prestigiem os novos espaços!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pra você é suficiente?

Então, leia esse novo texto no blog Histórias de Um Momento e comente lá: é suficiente para você? Tem alguém que te basta na vida?

Espero seu comentário!

A Hora de Clarice

Ler livros pedidos pelo colégio é sempre um saco. Por mais “literato” que você seja, ninguém, entre os 15 e 17 anos, lê A Moreninha por prazer. Eu mesmo, que sempre fui fã de livros, e à época do meu segundo grau já estava mui entretido com as primeiras aventuras de Harry Potter não tinha o menor interesse nas obras indicadas pela escola. Por que trocar todo aquele universo do bruxo adolescente por O Cortiço? Ah, é. Porque tem prova. E é aí que, na minha opinião, começa a chatice das leituras do colégio: a obrigação.

Depois da obrigação, a repulsa aos livros se dá pelos títulos. Quantos jovens de 15 anos têm a real capacidade de ler, compreender, perceber, identificar e interiorizar todas as nuances, todo o enredo, todo o pano de fundo, toda a poesia de Os Sertões? Eu mesmo, durante o colégio, sempre me interessei muito mais pelas lindinhas do 1º ano do que pela leitura de O Primo Basílio. E por fim, o total desinteresse pela leitura é ocasionado pela nota na prova: “Quê? Li aquelas 267 páginas pra tirar 4? Que inferno. Detesto ler!”
 
Quer continuar a ler essa história? Então é só clicar aqui!

quinta-feira, 4 de março de 2010

As bobagens da minha vida

Pessoa A: - Então, a gente precisa manipular a fáscia muscular pra conseguir um bom resultado no tratamento.
Pessoa B: - O que é fascia?
Eu: - É o rostio!

Faz todo sentido, não? É que nem o fuio... não sabe o que é um fuio? É um buiaco na paiede, oras!

Mudanças

Pois é, minha vida tá mudando. E tem horas que mudanças são mais que necessárias. Se tudo der certo, posso ficar mais constante aqui, ou não.

Mas o importante é que to tentando ser mais feliz! E quem não quer isso?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Então...

To há uns dias sem atualizar, mas é uma tática para poder deixar o post abaixo mais tempo aí nas vistas de vocês e todo mundo ir lá no Histórias de um Momento ler o que escrevi. É que o blog lá anda meio parado, então quando tem novidade, é bom divulgar bastante, né?

Mas enfim, tenho várias coisas para escrever aqui e prometo que a partir de amanhã tem novidade!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Com a ajuda de aparelhos

Mas ele sobrevive! Tem post novo no Histórias de um Momento.

Confira aqui!


PS: O blog Histórias de um Momento, minha parceria com Toty Freire, vive. Mas ele só é atualizado quando temos tempo de parar e conseguir escrever uma bos história para quem lê. Portanto, para quem chegou aqui pq antes lia muita coisa lá, ficam nossas desculpas pela falta de atualização e o pedido de que não nos abandonem!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vontade

A real é que por mim eu viveria de viajar e contar tudo aqui para vocês. O problema é como viver assim.

Tem alguém ai disposto a pagar (BEM) por isso? Favor entrar em contato...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Na cozinha

Vocês conhecem o Blog Gastronomix? Lá é o espaço onde o jornalista Rodrigo Caetano foge um pouco da rotina diária do jornalismo e se dedica a uma outra paixão: a culinária. Além de comida, o blog também fala de drinks - às sextas, com Juliana Raimo - e música - às quartas, com Rosualdo Rodrigues (minha seção preferida).

Mas bem, falei do Gastronomix para (além de fazer uma propaganda do Rodrigo) dizer que vez ou outra eu também me dedico à culinária para fugir um pouco da rotina. Esse final de semana foi um exemplo disso. Me enfurnei na cozinha para preparar o almoço de domingo. Meu objetivo era preparar o prato que batizei como "Frango da Natália", homenagem à minha namorada e cobaia dos meus experimentos culinários.

O "Frango da Natália" nada mais é do que um peito de frango com molho de mostarda servido com arroz branco e mini salada de rúcula e tomate cereja.

Então, vamos aos ingredientes de uma porção para dois e sem muitas medidas. Tudo foi feito meio que no olho:

O FRANGO
Um peito de frango cortado em cubinhos

Tempere o frango com limão e sal. Doure cebola e alho no azeite e leve o franguinho para a frigideira.

O MOLHO
Creme de leite
Limão
Mostarda
Pimenta do Reino
Azeitona

A proporção é mais ou menos de 10 colheres de sopa de creme de leite, umas 8 de mostarda e umas 2 de limão. A pimenta do reino fica à gosto. Misture tudo em uma tigela.

É importante frisar que eu gosto de deixar o gosto da mostarda bem evidente. Se você não gostar, pode diminuir a quantidade dela.

A SALADA
Folhas de rúcula
Tomate cereja

Depois do frango pronto, adicione o molho à panela e faça a mistura. Sirva com arroz branco e a saladinha. Para beber, servi o espumante Rio Sol Rosé.

Modéstia à parte, ficou tudo uma delícia! E Natália aprovou!!


O prato montado


Mesa posta, com espumante e água

Então é Natal - Parte 2

No dia seguinte, tentamos fazer o passeio pelo litoral sul, mas não conseguimos um buggy. Nos disseram que todo mundo queria ir pro norte, que é mais agitado. Tínhamos a opção de pagar o buggy completo (R$ 400) para irmos só nós dois, mas como o dinheiro ainda não está dando em árvore...

Pela manhã, ficamos pela praia de Ponta Negra. Na minha humilde opinião, uma das melhores praias urbanas. Boa de banho, de estrutura e de paisagem. Visita obrigatória ao Morro do Careca. Hoje é proibido subi-lo, mas quando criança já fiz a subida algumas vezes. Esqueci de falar no post anterior, mas a minha família materna é do Rio Grande do Norte, então a cidade de Natal não era novidade pra mim. Já conhecia e adoro.

No pé do Morro do Careca

Depois do almoço fomos fazer um passeio urbano. Afinal, além de praias natal também tem boas atrações “dentro da cidade”. A nossa primeira escolha foi o Forte dos Reis Magos.

O lugar é lindo. Tem uma vista super bonita e muita história. Foi construído em 1598 e tem formato de estrela com cinco pontas. Leva esse nome por ter sido inaugurado no dia 6 de janeiro, Dia de Reis. Pagamos R$ 1,50 cada um para entrar. Lá dentro somos acompanhados por um guia que nos conta toda a história do local.

Uma das coisas que achei mais bacana foi a explicação sobre as formas de defesa do forte. Há uma parede lá que tem 14 metros de espessura. Ou seja, ninguém conseguia entrar por ali. Uma sala de armazenamento tem uma “janela” feita para matar. Explico: A janela é de frente para a entrada do forte. Quem entra não a vê. Quem está lá dentro vê tudo o que se passa na porta. Então, em caso de invasão é possível atirar nos invasores sem que eles saibam de onde vem os tiros.

Tá vendo a porta do forte? Pois é. Daqui o portuga podia matar um que entrasse por lá. O alvo nem via de onde veio o tiro.

O guia dá toda uma aula sobre a invasão e dominação holandesa no nordeste brasileiro. Vale a pena prestar atenção. Eu não levei nada para anotar e acabei por esquecer a maior parte das coisas.

Acho que ele falou algo sobre os holandeses terem cercado o forte e não fizeram nenhum ataque. Apenas esperaram que os mantimentos dos portugas acabassem e fosse necessário sair de lá. Daí deram o bote.

Os patrícios nem puderam usar seus poderosos canhões. Alguns exemplares originais ainda estão por lá. A ferrugem, infelizmente, está consumindo as peças, mas elas ainda devem durar bastante.


Os dois canhões, lado a lado

Outra história cômica – para não dizer trágica – é que havia no alto do forte um farol que durante a 2ª guerra mundial servia de sinalização para os aviões norte americanos que utilizaram Natal como base. Depois de alguns anos sem uso, o farol começou a dar sinais de que ia desabar. A Marinha foi lá e retirou o grande farol. Para deixar uma lembrança dos belos serviços prestados pelo farol a Marinha colocou uma medalha no forte. Uma medalha minúscula. No chão. Se o guia não mostrá-la, ninguém vê.

Tá vendo a medalinha? Foi ela quem substituiu o farol.

Mas o que mais vale no forte é a vista. De lá podemos observar o mar e o encontro deste com o rio Potengi. Sem falar no pôr do sol...

O pôr do sol nos presenteia na hora de ir embora

Do forte fomos dar uma volta pelo Centro de Turismo de Natal. O local era uma cadeia. Desativada, as celas deram lugar a lojas de artesanato. Todo tipo de artesanato. Há até uma galeria de arte. Também tem restaurante e nas quintas-feiras rola o Forró do Turista.

Na porta da "cadeia"

Falar de Natal, pra mim, chega a ser chato. Vou ficar aqui me alongando em milhares de elogios à minha “terra natal”. Então, prefiro sugerir a vocês que visitem a cidade e façam seus próprios elogios.

Então é Natal

E o que você fez?

Eu cheguei e fui almoçar no Tábua de Carne, uma churrascaria que também serve pratos regionais. Alta qualidade, mas nada de surpreendente.

No dia seguinte fui dar um rolé de buggy pelo litoral norte de Natal. O bugueiro nos pegou na pousada e partimos rumo ao passeio por nove praias, quatro dunas e duas lagoas. Passamos pela via costeira de Natal, Praia da Redinha e Santa Rita.

Na Redinha, paramos no Aquario de Natal, o maior do Nordeste. Uma visita bacana. Dá pra ver uns peixes legais, uns lagartos, macacos. Até pinguim tem. O destaque fica por conta do tubarão lixa, o mais dócil da espécie. Dá até pra passar a mão neles. Eu que não sou bobo, não arrisquei.



O dócil tubarão Lixa

Depois disso fomos para Genipabu, a primeira praia com dunas. Chegando lá nosso buggy quebrou. Ficamos no meio da areia parados, maior soléu. O motorista ligou pra outro que chegou pra nos buscar. Trocamos de carro e partimos para as dunas! Não. Não partimos. O novo buggy também quebrou. Os dois tiveram o mesmo defeito: quebrou a planetária (caixa de marchas).

Lá vamos nós ficar mais um tempo esperando pelo terceiro buggy. E nessa hora eu já tava pensando em nem ir mais, vai que o outro quebra também? Mas tudo bem, o terceiro chegou e tava tudo funcionando numa boa.

Saímos para a subida de Genipabu, alta adrenalina. Lá também dá pra tirar umas fotos bacanas e até andar de jegue.

Ôa, Martinha! Tchutchutchu!

Eu montei na Marta e dei uma voltinha. Ela não tava muito afim de me carregar não. Diz o dono dela que é porque ela acabou de dar cria e tava trabalhando no seu período de licença maternidade. Sacanagem, né?

Por falar em montaria, lá em Genipabu também dá para dar uma voltinha em um dromedário. Achei caro e não topei, mas o visual do lugar é fantástico.

A vista da Praia de Genipabu

De lá, mais uma volta pelas areias e uma travessia de balsa até chegar à Lagoa de Pitangui. Linda, água boa e relaxante. Acho que relaxamos tanto quando paramos lá que até esqueci de bater fotos. Uma pena, fica para a próxima.

Travessia de Balsa

De Pitangui fomos à Lagoa de Jacumã, onde rola de brincar no Skibunda. Você desce a duna numa pranchinha e cai dentro d’água. É bacana para brincar, mas não tem graça de repetir. O mais bacana é o sistema que a galera criou pra você subir. É um banquinho montado num trilho. O banco é puxado por uma esteira tracionada por um motor de fusca. Lá em cima um “motorista” dirige a máquina.



A subida no banquinho motorizado


Descendo no skibunda!

Passamos ainda por mais duas praias: Porto Mirim e Muriú, onde o passeio termina. Lá paramos para almoçar, tomamos um banho de mar e pegamos a estrada de volta. Enquanto a ida é praticamente toda no meio da areia e dunas, a volta é mais pelo asfalto, o que dá um descanso pra galera.

À noite, eu e Natália fomos jantar no Camarões, o original. Confesso que não me lembro o nome do prato que comemos, mas era delicioso!

domingo, 24 de janeiro de 2010

João Pessoa. Pronto!

Prometo ser mais sucinto para falar de João Pessoa. Não me alongarei tanto quanto fiz sobre Buenos Aires. Não que a cidade não mereça, mas é pra poupar o seu tempo de leitura e o meu de escrita.

A primeira coisa a se destacar é a expressão “pronto”. Isso, lá pelo nordeste é usado como o “véi” aqui em Brasília, o “daí” no Paraná e o “bah” no Rio Grande do Sul. Basicamente uma vírgula. É normal rolar um diálogo do tipo:

Eu: Você pode me informar como chego na praia de Cabo Branco?
Nativo: Pronto. Pega aqui a beira-mar, segue reto. Sabe onde fica o Hotel Tambaú?
Eu: Sei sim.
Nativo: Pronto. Do Tambaú você vai dobrar, pegar a paralela...

Ou algo do tipo:
Eu: Esse peixe a Zé do Pipo vem com que acompanhamentos?
Garçom: Pronto. Vem com arroz e salada.
Eu: Dá pra dois?
Garçom: Pronto. Dá sim.
Eu: Então me vê um desse e uma cerveja.
Garçom: Pronto. Dois copos?

Em tudo lá eles usam o “pronto”. Chega a ser divertido algumas situações. Eu contei um garçom que falou 6 “pronto” enquanto anotava nosso pedido.

Pronto. Chega de falar disso e vamos à viagem. Nossa chegada foi um tanto conturbada. Inicialmente ficaríamos hospedados em Lucena, um município próximo à João Pessoa. Porém, quando chegamos lá não nos agradamos muito do local e acabamos indo para JP. O problema foi que nessa de chegar, conhecer, não gostar, resolver mudar e arrumar um novo lugar perdemos praticamente dois dias úteis de praia.

Problema resolvido, nos hospedamos em um flat à beira-mar na praia de Manaíra. O local não era muito movimentado, o que achei bom, mas era perto do movimento da feirinha de artesanato de Tambaú. Na real, estávamos no centro de tudo. Do nosso flat pro Hotel Tambaú (uma referência de localização na cidade) dava uns 5 minutos caminhando. Então era pertinho pra ir pras outras praias também.

Depois de reconhecer a área fomos ao nosso primeiro passeio, o pôr do sol na Praia do Jacaré, em Cabedelo, outro município colado à João Pessoa. A praia é de Rio, o Paraíba, que nasce e morre no estado, segundo o guia do passeio. “O único no Brasil a nascer e morrer no mesmo estado”, disse ele. Mas não tenho certeza disso. A área é repleta de mangues preservados e algumas ilhas.
Mas o que vale a pena mesmo é o famoso pôr do sol ao som do Bolero de Ravel, tocado pelo saxofonista Jurandir. A lenda é que uma antiga francesa que habitava a beira do rio Paraíba criou o hábito de assistir o poente diariamente ao som do bolero e tomando vinho. Quando seu marido teve de voltar para a França, ela o acompanhou e desde então o Jurandir passou a manter o ritual. Diariamente, faça chuva ou faça sol ele entra na canoa e toca o bolero pra galera.

O cara está no guiness book como a pessoa que mais tocou a melodia no mundo. Já são mais de 3000 execuções. Por que o Bolero de Ravel? Porque ele dura os mesmos 17 minutos que o sol leva para se esconder.

Fraco esse pôr do sol, né?

Quem vai até lá tem três opções para assistir ao espetáculo. A primeira é sentar-se em um dos bares que ficam na beira do rio – e aí é preciso chegar cedo para pegar um bom lugar. Os bares cobram um couvert artístico na média de R$ 5,00. A segunda – que foi minha escolha – é pagar R$ 20,00 e entrar no catamarã. No barco você dá uma volta pelo Paraíba, tem a companhia de um guia que fala sobre história, geografia, hidrografia e curiosidades do estado e da cidade e ainda fica bem do lado do Jurandir na hora da música.

Taí o Jurandir do Sax na canoa

No vídeo abaixo dá pra ver o fim do show do Jurandir. Ele estava bem ao lado do nosso barco. O vento atrapalha um pouco a captação do som, mas dá pra ter uma idéia do tanto de gente que se junta lá para assistir.


Outro passeio bacana que fizemos foi o da Areia Vermelha. São umas ilhas que se formam a uns 800 metros da praia, de acordo com a baixa da maré. Embarcamos num barco (R$ 10 por pessoa) na praia do Poço (cerca de 20 minutos de onde estávamos) e em 15 minutos chegamos às ilhas de areia avermelhada – que eu nem achei tão avermelhada assim. O bacana de lá é a estrutura que montam para atender o público. Barcos-bares ancoram perto da areia e servem todo tipo de petiscos, pratos e bebidas. Em pouco tempo a ilha fica cercada de lanchas, jets e barcos.

Aquilo ao fundo são os barcos, lanchas, jets ancorados na ilha

A água é cristalina e muito rasa. Se você der sorte consegue até ver alguns peixes. Nós fomos brindados com a visita de um cardume de bagres. Bacana de ver, mas triste de constatar que eles aparecem atrás de comida que o povo joga na água. De farofa a restos de peixe. O cardume que vi estava se entupindo de farofa de lingüiça jogada por um grupo que chegou de lancha.

Os bagres e a tia jogando a linguicinha pra eles

A cidade de João Pessoa é bem arrumada, organizada e estruturada. Tem bons hotéis, bons restaurantes e a estrutura das praias urbanas também é muito boa. Entre os restaurantes vale destacar o Mangai, já estabelecido em Brasília, mas muito mais charmoso na capital paraibana. E também o Mango Café. Pequenino, bem decorado, aconchegante e com um excelente cardápio de wraps, saladas e cafés. Comi um cheesecake de goiaba lá que era algo divino. Chega fiquei triste de ter descoberto o local só no último dia.

O restinho do chessecake de goiaba e o chocolate quente

Para mim, que fui acompanhado de namorada, sogra e cunhada ainda rolou outro passeio: feiras de artesanato. Tudo que você imaginar é vendido nessas feiras. Lembrancinhas singelas como chaveiros e ímas de geladeira, camisetas “estive em JP e lembrei de você”, bordados, cerâmicas, doces. Uma infinidade!

Enfim, João Pessoa é uma cidade que ainda fará parte dos meus roteiros. Quem conhece pode perceber que não conheci quase nada do local. Então, fica a dívida para a próxima visita.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

É possível ser feliz

Meu fim de ano (relevem o meu já habitual atraso) foi ótimo. Tive o prazer de conhecer Gonzaga, uma cidadezinha, bem zinha mesmo, no interior de Minas Gerais. Lá, passei agradáveis cinco dias de muita tranquilidade. Dias em que consegui, literalmente, sentar e ver o tempo passar sem pressa para nada. Sem compromisso algum.

A primeira alegria foi o fato da minha operadora de celular não ter sinal lá. Já deixei ele desligado e esquecido no fundo da mala. A segunda era a distância da internet. Na casa que me hospedei não havia computador. Até vi alguns em outras casas e umas duas lan house na cidade, mas para quê?

Não havia necessidade de consultar e-mails, saber das últimas das celebridades, twittar, blogar ou qualquer outra coisa desse mundo virtual que eu adoro. A única necessidade que eu tinha era dormir, acordar, comer (muito e muito bem) e beber uma cervejinha seja na cozinha de casa ou na calçada do boteco.

E nesses momentos descobrimos que sim, é possível ser feliz longe de toda essa correria, toda essa velocidade, toda essa informação, toda essa quantidade de coisas que fazemos ao mesmo tempo.

É possível ser feliz. E também é possível tomar mais uma geladinha.

PS: estou de partida para João Pessoa (PB). Volto daqui uns 10 dias. A cidade lá é grande, mas farei o possível para ser feliz longe de tudo. Quando voltar, conto tudo a vocês.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Modernidade

Só para dizer que, enfim, meus desejos foram atendidos e, finalmente, chegou à Brasília o cinema com lugar marcado.

As salas inauguradas no Boulevard Shopping Center (fim da Asa Norte) são excelentes e trazem essa novidade aos mal acostumados frequentadores de cinema em Brasília que deixam para entrar na sala na última hora e ainda ficam com aqueles pedidos de "será que dá para você pular uma pra gente ficar aqui?". Detesto quem faz isso. E eu não mudo de lugar.

Comprar o assento que você quer e ter a certeza de que ninguém irá sentar nele é muito bom. Além disso, nada como cinema novinho, né? Cadeiras bonitas, limpinhas, confortáveis, nada quebrado.

A única coisa que não gostei foi o ar-condicionado. Acho que eles calibram o frio para uma sala lotada, mas na sessão que estive ontem não tinha nem 50% da capacidade da sala ocupada. Aí o frio pegou. Da próxima vou levar um endredom.


PS: Assisti ao filme do Sherlock Holmes. Muito bacana! Vale a pena conferir.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Buenos Aires, enfim – Parte 6, o fim da viagem

Depois do almoço saímos, meio embriagados, de volta para o hotel. Aliás, o Casa Roca era ao lado do nosso hotel. Então paramos para um descanso rápido. Aquela siesta. Acordamos e ainda tínhamos 3 obrigações na cidade. Tirar fotos em Puerto Madero à luz do dia, visitar o Malba e jantar no afrodisíaco Te Mataré Ramirez. Pela proximidade fomos primeiro ao Puerto Madero. Fizemos as fotos, passeamos, conhecemos a Ponte da Mulher e tomamos um táxi rumo ao bairro de Palermo onde ficam o Malba e o restaurante.

Puerto Madero de dia e a Ponte da Mulher ao Fundo


No Malba confesso ter ficado decepcionado. O museu é enorme, mas tinham várias salas fechadas para a montagem de uma exposição do Andy Warhol, então acabamos vendo – de muito interessante – só as obras do acervo permanente. Dentre elas, quadros de Tarsila do Amaral, Frida Khalo, Fernando Botero, Diego Rivera e vários outros. Muito bacana, mas pelo que tinha ouvido sobre o Malba, esperava mais. Lá também tem um café super charmoso e uma livraria/lojinha de lembranças bem bacana. Trouxe uns bloquinhos de anotação de lá super legais. Minha irmã ficou com um deles. O mais bonito, lógico. Observação: para entrar no Malba são 10 pesos (estudantes) por pessoa.

A entrada do Malba. é o único lugar lá dentro onde podemos tirar foto

Depois de uma tarde entre os quadros e peças do Malba, demos um passeio por um shopping próximo ao museu para passar o tempo antes de irmos ao Te Mataré Ramirez. Lá a Natália começou a manifestar uma dor de cabeça. O tempo passou, fomos para o restaurante e a dor de cabeça tornou-se enxaqueca. Sentamos à mesa do restaurante e vi que a cara dela não estava nada boa. Ela leu o cardápio e disse que ia pedira só uma água. Saquei que não dava pra ficar. Levantamos e fomos embora. No caminho ela passou super mal. Foi o pior momento da viagem.

Chegamos ao hotel, ela tomou remédio e deitou para dormir. Depois que a situação se acalmou eu desci e voltei ao Pousada de 1820, o primeiro lugar que comemos, para jantar. Agora sozinho. Comi uma carne com o Buffet de saladas, tomei um mini vinho Nieto Senetiner Malbec e ainda peguei uma marmitinha de salada para levar pra ela. Ela comeu e sentiu-se melhor. Ainda bem, pois iríamos embora no dia seguinte e não queria que ela estivesse doente para pegar vôo. Mas deu tudo certo. A enxaqueca, provavelmente, foi causada por toda a comida “diferente” que havíamos comido durante esses dias. Nada como um tomate com alface para amenizar a situação.

Nossa viagem chegou ao fim. O tempo útil do dia seguinte foi curto. Deu só para comprar uns alfajores no Havanna, uns bons vinhos e arrumar as malas. A viagem tinha sido ótima, mas a saudade de casa e, principalmente, da comidinha brasileira já estava falando mais alto.

Na chegada ao aeroporto ainda fomos brindados com uma típica manifestação sócio-cultural argentina: o Panelaço! Os funcionários do aeroporto estavam reclamando de alguma coisa que não deu para enteder.

Panelaço com direito a escola de samba

Buenos Aires, enfim – Parte 6

Quem acompanha esse blog e conhece um pouco da Argentina deve estar se perguntando. “Você que gosta tanto de futebol não foi conhecer o famosa estádio La Bombonera?” Pois é. Desde o dia em que chegamos eu quis ir conhecê-lo. O único porém é que de quinta (o dia em que chegamos) a domingo (nosso penúltimo dia) rolou um show do guatemalteco Ricardo Arjona, que – pelo que eu entendi – é considerado um Roberto Carlos por lá.

Durante os dias do show do galã da Guatemala a Bombonera esteve completamente fechada. Só reabriu na segunda. E claro, lá fomos nós rumo à La Boca para conhecer o Museo de La Pasión Boquense. O museu é bem bacana. Tem muita história, títulos, troféus, elencos, camisas. Achei super legal que a única camisa de outro time em exposição é uma do Santos. Melhor, é uma do Pelé de um jogo entre Boca e Santos lá pelos anos 60.

Para quem achou que o Arjona não ia mais causar problemas, enganou-se. Como o palco ainda estava sendo desmontado e o estádio sendo limpo, não pudemos entrar nas arquibancadas. Fiquei decepcionado. Mas fica essa dívida para a próxima visita à capital portenha.


A entrada do museu. As fotos lá dentro não ficaram boas

De lá fomos almoçar em um restaurante que fomos muitíssimo bem indicados, o Casa Roca. Sem medo de errar, afirmo que foi nossa melhor refeição em terras argentinas. Mais uma vez, chegamos cedo demais. Batemos na porta do restaurante pouco depois de 12h e a garçonete nos atendeu assustada. Não esperava ninguém tão cedo. Até porque a casa é pequena e funciona muito com o sistema de reserva. A primeira pessoa depois de nós só chegou às 13h. Mas fazer o quê? Estávamos mortos de fome.

Primeira coisa a se destacar em relação ao Casa Roca é o ambiente. O restaurante fica em uma “casa” toda em estilo antigo. Na recepção os sofás, as cadeiras, as mesas, os abajures, as cortinas, os quadros e enfeites e a lareira remetem ao século XIX. Tudo muito bonito. No site deles tem toda a história do lugar. Quem tiver um espanhol melhor que o meu, leia.

O cardápio da casa é fechado por semana. O restaurante só funciona de segunda a sexta para almoço. Não tínhamos ido antes, pois ficamos tentando ir para jantar. Mas valeu a espera. Na entrada eu comi um flan de queijo gruyére com tomate e a Natália uma sopa de legumes. Os dois pratos muito gostosos.

Sopinha de legumes

Flan de queijo. tava com fome e garfei ele antes da foto

Para o prato principal o meu pedido foi a bisteca de porco com purê de batata e chutney de uma fruta que, pelo paladar, não descobri qual era e que me esqueci do nome que a garçonete falou. Ela disse em espanhol, não reconhecemos e depois nos esquecemos.
Alguém desvenda de que fruta é esse chutney?

A Natália pediu um frango ao curry com verduras “Al Wok”, que é um estilo indiano. Se o meu prato estava bom, o dela estava sensacional. Até sugeri uma troca, mas ela não topou.

Será que eles fazem delivery no Brasil?

Mas na sobremesa eu dei o troco. Pedi um “arrollado” de mousse de laranja com molho de damasco. Era uma massa de pão de ló recheada com a mousse. Sensacional!

Já não estava mais com fome, mas mesmo assim não esperei a foto e comi antes

A Natália pediu uma mousse de morango. Também estava excelente. Mas a minha era beeeem melhor!

A foto não ficou tão boa, mas a mousse era ótima

Para acompanhar tudo isso, tomamos o vinho Finca La Linda Malbec 2007. Saímos satisfeitíssimos com tudo. Sabe o que mais? Tudo isso saiu por 65 pesos por pessoa, mais o vinho que custou 40 pesos. Muito barato!

Buenos Aires, enfim – Parte 5, O Fantasma da Ópera

Depois do sorvete Persicco tomamos um táxi direto para o hotel. Queríamos dormir um pouco para não ficarmos tão cansados e podermos acompanhar o Fantasma da Ópera com tranqüilidade. Dito e feito. Chegamos ao hotel e chapamos. Só acordamos com o alarme tocando. Banho, troca de roupa, come um alfajor e rumo ao teatro.

Chegando lá as portas ainda não estavam abertas. Aguardamos do lado de fora e observamos o movimento de quem mais chegava. No que pude observar, só mesmo a classe A de Buenos Aires estava lá. Afinal, os ingressos não eram baratos. Eu e Natália pagamos 230,00 pesos (cerca de R$112,00) em cada entrada, em excelentes lugares. Claro que o mesmo espetáculo aqui em Brasília teria ingressos similares a preços muito maiores, mas para os argentinos seria o mesmo que nos cobrarem 230 reais em cada ingresso. E essa é uma das vantagens de ir à Argentina, cada realzinho suado que você juntou aqui vale pouco mais de 2 pesos lá.

O espetáculo foi simplesmente sensacional. Não sou um cara muito chegado a musicais, mas confesso que depois desse fiquei muito interessado em ver outros. A produção é magnífica, o cenário é milimetricamente pensado, o som é perfeito e os atores são muito bons. Tanto em voz, quanto em interpretação.


A cena da festa à fantasia

Para quem foi para a Argentina querendo se encantar pelo Tango e volta encantado por um musical totalmente estrangeiro pode ser frustrante, mas te digo que não foi. Foi excelente! Natália é fã da história. Já viu o filme umas 900 mil vezes e ficou mais encantada ainda.

Tudo acontece com muita perfeição. O candelabro começa caído na cena do leilão, volta ao lugar original e durante o desenrolar da história volta ao chão. Uma das coisas que achei mais bacanas é a cena em que o Fantasma leva Cristine para os subterrâneos do teatro em um barco. A reprodução do lago e a entrada do barco no palco são muito legais. Parece que você está realmente vendo uma canoa navegando.

A canoa do fantasma "navegando" no meio do palco

Digo, com certeza e sem desmerecer todo o resto, que esse foi o “passeio” mais legal que fizemos em Buenos Aires. Acho que me surpreendi, uma vez que não esperava muito.

Era proibido tirar fotos durante a peça, mas eu consegui “roubar” essas, por isso, não liguem para a qualidade. Se é que alguma teve qualidade até agora.

Depois do espetáculo fomos jantar no Puerto Madero. Acabamos escolhendo o restaurante Bahia Madero e não nos arrependemos. A primeira coisa bacana de lá é que eles têm um cardápio em português. “Recebemos muitos turistas brasileiros”, nos disse, em tom de explicação, o garçom que nos atendeu. Perguntei se o Bahia tinha algo a ver com a nossa Bahia e ele disse que não. Que é apenas uma coincidência, mas um dos sócios da casa é brasileiro. Então talvez não seja tão coincidência assim, né? Mas nós descartamos o cardápio em português. Queríamos forçar nosso (dela, não meu) espanhol.

Pois bem, como entrada Natália comeu um queijo grelhado com salada. Eu fui de bruschettas. Uma tradicional de tomate e outra de berinjela.

Queijo grelhado com salada


Bruschettas: tomate e berinjela

Como prato principal eu pedi uma massa. Era tipo um rondelli de presunto com molho de queijo. Natália comeu um frango com cenoura e molho de champignons, acompanhado de batata sauté. Tudo muito bom!

O frango, pedido da Natália

A massa, meu pedido

Para beber, tomamos o nosso primeiro e único vinho branco. Escolhemos o Estiba I Chardonnay. Excelente! E nesse dia não teve sobremesa. Estávamos muito cheios e, apesar de termos descansado antes do teatro, o sono ainda nos dominava. Principalmente depois de uma garrafa de vinho.

Voltamos para dormir. Nosso último dia útil na cidade seria agitado.