sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dando voz

Pessoal, recebi um texto do amigo Enrique Matute, que tem entre seus títulos mais importantes o fato de ser pai da pequena Sofia, além de jornalista e especialista em administração pública.
No período pré-eleitoral que vivemos, acho importantíssimo prestarmos atenção às palavras do Enrique. Fiquem à vontade:

Votar é pra valer
Enrique Matute - Jornalista, Pós-Graduado em Administração Pública


Caros amigos,

Falta pouco para que possamos dar um novo rumo ao país. Temos em nossas mãos o poder, e agora o tempo e o espaço, para que, mais uma vez, possamos decidir o que será de nossas vidas nos próximos quatros anos vindouros. “Votar deve ser um ato de consciência e de cidadania”, diz o jargão! Escolher alguém para que nos represente não deveria estar estritamente ligado aos interesses pessoais, nem do postulante ao cargo e nem do nosso. O político, por seu lado, deve entender que o voto faz parte da soberania de uma sociedade e não de um cargo ao qual ele passa a ser proprietário, como se fosse sua empresa ou seu emprego. A responsabilidade do cargo é muito maior e muitos não sabem, ou preferem não saber ou, até mesmo, não querem saber. Por outro lado, não devemos ter em mente o egocentrismo de pensar que fulano é bom porque prometeu aumentos ou que sicrano vai baixar os impostos. O que importa é o que seria necessário fazer, hoje, para sanar problemas antigos que nos atinge como um todo, como uma sociedade unida e consciente.

Lembremo-nos de que os “santinhos” não demonstram que os postulantes sejam sacros e sinceros. Sorrisos e caras bonitas sem imperfeições humanas (milagres do photoshop) não irão nos proteger da falta de segurança e nem nos assistir de forma digna se por alguma fatalidade precisarmos de um hospital público, ou ainda, colocar em xeque-mate a educação de nossos filhos e netos, por consequência, poderemos ver, mais uma vez, a triste realidade de um rico país se dissolver pelo egoísmo, vaidade e ganância mercantilista dos que conseguem chegar ao poder enganando mentes influenciáveis.

Sou da filosofia de que um cidadão deveria estar dotado de requisitos mínimos para se tornar digno de concorrer a um cargo político. Não acho justo que aquele que deseja ingressar na vida pública consiga somente pelo seu “carisma” ou “promessa”, tornar-se deputado, senador, governador, prefeito, vereador, presidente. Defendo a tese de que, assim como para ser servidor é requisito mínimo um grande esforço de estudos para ter ao menos noções básicas sobre Direito Constitucional, Direito Administrativo, Código de Conduta Ética na Administração Pública; o postulante ao cargo público deveria realizar uma prova, formulada dentro dos moldes mínimos de conhecimentos da Constituição Federal, da Administração Pública e da Lei Eleitoral, para pelo menos formalizar que esse cidadão, o qual deseja nos representar, tenha a mínima noção do que é ser um servidor do povo, sem mais bla-bla-blasfêmias.

Vejo que o povo Brasileiro está cada vez mais consciente do poder que é o voto, mas também vejo que um candidato, palhaço profissional (sem desmerecer ninguém, é claro) é o único que teve a coragem de falar a verdade em todos estes anos de amadurecimento da democracia no Brasil: “Eu não sei o que vou fazer, mas ninguém que entra lá sabe...”. O pior é que essa verdade incomodou velhos caciques da política e que continuam enraizados ao poder.

Por isso, responsável e respeitosamente, convoco a todos os amigos e aos brasileiros aptos a votar, que o façam com a consciência limpa; exercer esse direito adquirido ao longo da história de lutas deste país, mas antes precisamos estudar a fundo os candidatos que vamos escolher e a veracidade das suas propostas, já que eles não precisam fazer nenhum tipo de esforço ou estudo ou até mesmo testes de conhecimentos sobre nossas leis para representar o povo, a sociedade, nossa nação. Votar não é brincadeira, é coisa séria e não devemos dar oportunidade aos aventureiros que querem somente garantir quatro (ou oito) anos de poder e de “emprego” super bem remunerado. Votar é pra valer, boa sorte Brasil!