“Julho? Mas você não disse que foi no mês passado, em outubro?” Pois é. Eu fui em outubro, mas inicialmente a viagem estava marcada para julho. Só que veio a (já esquecida) gripe suína e nossos planos tiveram de ser adiados.
Mas outubro chegou e lá fomos nós. Mais uma vez, repito: viajar é bom, mas cansa. Em março a TAM tinha um vôo Brasília – Buenos Aires direto. Em outubro ele não existia mais e por isso tivemos que sair daqui às 4h30 da manhã de uma quinta-feira para ir pra São Paulo e sair de lá às 8h30 para BSAS. No meio de tudo isso, free shop, avião atrasado, portão errado, chamada nominal pelo alto falante, etc.
Embarcamos. E aí é que você vê o tanto que é legal ser jeca. Eu e Natália nunca tínhamos saído do país, muito menos andado em avião com TV exclusiva para cada passageiro. Ficamos que nem bobos – estávamos cansados e nem dormimos – nos divertindo com os filmes em cartaz no avião.
Vai, jeca. Fica feliz com a bobagem...
Na chegada, tudo “muy tranquilo”, apesar do atraso. Passaportes carimbados na imigração sem nenhuma piadinha com nossa nacionalidade. Um dia antes da nossa chegada a Argentina havia garantido a vaga na Copa da África, o que acho que evitou muitos problemas. Enquanto esperávamos pelo transporte que nos levaria ao hotel, compramos uns jornais pra ver a programação cultural e decidimos nossa meta do dia: comprar ingressos para o musical Fantasma da Ópera, que estava em cartaz na cidade. Natália, fã incondicional da história, já havia imposto esse objetivo antes de sairmos do Brasil. E eu – o jeca que nunca tinha saído do país, nem visto avião com TV individual, e muito menos assistido um musical de grande porte – topei na mesma hora!
Chegamos ao hotel morrendo de fome. Já passavam das 15h (lembrem-se que tomamos café às 4h, e passamos o resto do dia à base de lanchinhos de avião e aeroporto) e precisávamos comer de verdade. Largamos as coisas no quarto e descemos em busca de um restaurante e do teatro para comprarmos os ingressos.
Na esquina no quarteirão do hotel, uma agradável surpresa: o restaurante Pousada de 1820. A boa aparência somada à fome do momento não nos fez pensar muito. Entramos, sentamos e comemos. Muito bem, inclusive. Eu comi um peixe e Natália uma massa. Satisfeitos, partimos em busca do teatro. Nosso hotel era muito bem localizado, perto da Calle Florida, o centro comercial da cidade. Foi fácil achar o Teatro Ópera e mais fácil ainda comprar bons ingressos. Conseguimos lugares privilegiados para assistir ao musical na noite de domingo. Depois, um role pelas redondezas: fomos ao Obelisco, andamos pela Florida e descobrimos outro teatro que apresentaria o musical Otelo, de Shakespeare. Nem pensamos duas vezes, compramos ingressos para sexta.
Fantasma!
Ai bateu o cansaço e voltamos para o hotel. Tomar banho e descansar. Não tínhamos nenhuma programação para a noite, além de ir jantar em um bom restaurante no Puerto Madero. Acabamos indo ao Cabaña Las Lilas que nos havia sido muitíssimo bem recomendado por amigos. E a recomendação foi verdadeira. Atendimento bom, comida excelente. Claro que em nossa primeira noite, não deixaríamos de comer o famoso Bife de Chorizo (o nosso contrafilé). Pedimos como acompanhamento arroz e brócolis e tomamos o vinho Escorihuela Gascon Malbec, safra 2007, escolhido de uma enorme carta de vinhos. Eles se vendem, inclusive, como a maior carta de vinhos do mundo, premiada em vários concursos. (Um PS importante: eu não entendo NADA de vinho, então só digo aqui o que bebi a título de curiosidade. Não esperem uma avaliação) De sobremesa as famosas panquecas de doce de leite.
Panquecas de doce de leite com sorvete de baunilha. Delícia!
Depois de comer muito e muito bem e beber uma garrafa de vinho o cansaço da viagem veio de uma vez. Já eram 2h, estávamos acordados – com um pequeno cochilo no fim da tarde – há cerca de 20h. Não resistimos e voltamos ao hotel para dormir. O dia seguinte prometia com um city tour e outras “cositas más”. Então aguardem que em breve volto com o resto da viagem.