quinta-feira, 9 de junho de 2011

Prazer próprio*

*Por Petronilo Oliveira

Em primeiro lugar, parabéns ao Clube de Regatas Vasco da Gama. Hoje é dia de (re) aprender a gozar com o próprio pau. Durante oito anos, o ‘Gigante’ da Colina viveu como aquele adolescente, quase jovem, que fica só reparando nos amigos/colegas e pensando: “Como pode aquele cara feio estar com uma mulher tão bonita (Copa do Brasil)?” No ano seguinte, esse namoro acaba e o vascaíno comemora: “Sabia que não daria certo”.

Depois ele vê seu mesmo amigo ser campeão brasileiro, o que representa no caso, estar com a mulher mais gata da cidade. “Meu Deus do céu! Não é possível. Como pode? Ele feio, mal vestido daquele jeito estar com aquele avião. Não acredito”, lamentava o sempre observador, mas vendo sua nau afundar.

No ano seguinte, ele vê seu amigo levar um ‘não’ de uma menina feia, mas sempre cobiçada (o Carioca). Mas ela não queria o vascaíno. Mas, sim, um outro amigo, chamado Botafogo. Mesmo assim, o cruz-maltino vai e tripudia: “Como pode você perder essa mulher. Horrorosa. Logo você que estava com a mais gata. Que decadência”.

Nessas observações recheadas de uma falta de atitude tremenda viveu o Seu Vasco. Sempre com inveja das conquistas rivais, mas ironizando quando os amigos/inimigos levavam um fora. Sem pensar que sua vida era apenas uma Ilusão. Um dia, outro amigo chegou a flertar com garotas internacionais (Libertadores). Deu um beijinho em uma aqui, outra ali. Mas não conseguiu nada duradouro. “De que adianta viajar tanto e voltar sem mulher nenhuma. Você é um ridículo. Assim, é melhor nem ir”, sorria por fora o vascaíno.

Depois de oito anos, parece que o Senhor Vasco caiu na real. “Eu só fico sacaneando os outros. Mesmo com os outros fazendo muito mais do que eu. Tenho que ir à luta e tentar ser feliz com as minhas conquistas e não com as infelicidades dos demais”. Enfim, pensou certo.

Contratou um cupido sereno (Ricardo Gomes). Ele, tal qual um psicólogo, deu uma dosagem de confiança e refez a cabeça do Senhor Vasco. Aos poucos, foi chegando. Quase conquistou aquela feinha, que ele havia criticado. Perdeu para o eterno concorrente. Mas...

Não abaixou a cabeça. Deixou de ser um arco-íris (isso é o que eu espero), não ficou gozando com o pau do André (o Santo), o do Botafogo, o América, aquele mexicano nem com o pau de um universitário chileno. Aos trancos e barrancos, conquistou uma gatinha. A batalha final não foi com o seu grande carrasco, mas conquistou a moça. E hoje está feliz da vida.

Vascaínos, é melhor torcer para o inimigo brochar ou fazer por onde e conquistar a mulher que você quiser? Por favor, depois de hoje, parem de gozar com o pau dos outros. Depois que tu fazes amor com uma mulher maravilhosa é tão gratificante que o delírio de se achar o Barcelona é válido. Euforia por um feito seu. E não por um não-feito do inimigo.

2 comentários:

Manu disse...

Grande Petrô, excelente leitura sobre o título do Vasco. Parabéns a você e a tod@s @s vascaín@s!

Elinho disse...

Mandou super bem! excelente Petrô!