sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Vontade
Tem alguém ai disposto a pagar (BEM) por isso? Favor entrar em contato...
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Na cozinha
Mas bem, falei do Gastronomix para (além de fazer uma propaganda do Rodrigo) dizer que vez ou outra eu também me dedico à culinária para fugir um pouco da rotina. Esse final de semana foi um exemplo disso. Me enfurnei na cozinha para preparar o almoço de domingo. Meu objetivo era preparar o prato que batizei como "Frango da Natália", homenagem à minha namorada e cobaia dos meus experimentos culinários.
Então, vamos aos ingredientes de uma porção para dois e sem muitas medidas. Tudo foi feito meio que no olho:
O FRANGO
Um peito de frango cortado em cubinhos
Tempere o frango com limão e sal. Doure cebola e alho no azeite e leve o franguinho para a frigideira.
O MOLHO
Creme de leite
Limão
Mostarda
Pimenta do Reino
Azeitona
A proporção é mais ou menos de 10 colheres de sopa de creme de leite, umas 8 de mostarda e umas 2 de limão. A pimenta do reino fica à gosto. Misture tudo em uma tigela.
A SALADA
Folhas de rúcula
Tomate cereja
Depois do frango pronto, adicione o molho à panela e faça a mistura. Sirva com arroz branco e a saladinha. Para beber, servi o espumante Rio Sol Rosé.
Então é Natal - Parte 2
Pela manhã, ficamos pela praia de Ponta Negra. Na minha humilde opinião, uma das melhores praias urbanas. Boa de banho, de estrutura e de paisagem. Visita obrigatória ao Morro do Careca. Hoje é proibido subi-lo, mas quando criança já fiz a subida algumas vezes. Esqueci de falar no post anterior, mas a minha família materna é do Rio Grande do Norte, então a cidade de Natal não era novidade pra mim. Já conhecia e adoro.
Depois do almoço fomos fazer um passeio urbano. Afinal, além de praias natal também tem boas atrações “dentro da cidade”. A nossa primeira escolha foi o Forte dos Reis Magos.
O lugar é lindo. Tem uma vista super bonita e muita história. Foi construído em 1598 e tem formato de estrela com cinco pontas. Leva esse nome por ter sido inaugurado no dia 6 de janeiro, Dia de Reis. Pagamos R$ 1,50 cada um para entrar. Lá dentro somos acompanhados por um guia que nos conta toda a história do local.
Uma das coisas que achei mais bacana foi a explicação sobre as formas de defesa do forte. Há uma parede lá que tem 14 metros de espessura. Ou seja, ninguém conseguia entrar por ali. Uma sala de armazenamento tem uma “janela” feita para matar. Explico: A janela é de frente para a entrada do forte. Quem entra não a vê. Quem está lá dentro vê tudo o que se passa na porta. Então, em caso de invasão é possível atirar nos invasores sem que eles saibam de onde vem os tiros.
O guia dá toda uma aula sobre a invasão e dominação holandesa no nordeste brasileiro. Vale a pena prestar atenção. Eu não levei nada para anotar e acabei por esquecer a maior parte das coisas.
Acho que ele falou algo sobre os holandeses terem cercado o forte e não fizeram nenhum ataque. Apenas esperaram que os mantimentos dos portugas acabassem e fosse necessário sair de lá. Daí deram o bote.
Os patrícios nem puderam usar seus poderosos canhões. Alguns exemplares originais ainda estão por lá. A ferrugem, infelizmente, está consumindo as peças, mas elas ainda devem durar bastante.
Mas o que mais vale no forte é a vista. De lá podemos observar o mar e o encontro deste com o rio Potengi. Sem falar no pôr do sol...
Do forte fomos dar uma volta pelo Centro de Turismo de Natal. O local era uma cadeia. Desativada, as celas deram lugar a lojas de artesanato. Todo tipo de artesanato. Há até uma galeria de arte. Também tem restaurante e nas quintas-feiras rola o Forró do Turista.
Então é Natal
Eu cheguei e fui almoçar no Tábua de Carne, uma churrascaria que também serve pratos regionais. Alta qualidade, mas nada de surpreendente.
No dia seguinte fui dar um rolé de buggy pelo litoral norte de Natal. O bugueiro nos pegou na pousada e partimos rumo ao passeio por nove praias, quatro dunas e duas lagoas. Passamos pela via costeira de Natal, Praia da Redinha e Santa Rita.
Na Redinha, paramos no Aquario de Natal, o maior do Nordeste. Uma visita bacana. Dá pra ver uns peixes legais, uns lagartos, macacos. Até pinguim tem. O destaque fica por conta do tubarão lixa, o mais dócil da espécie. Dá até pra passar a mão neles. Eu que não sou bobo, não arrisquei.
Depois disso fomos para Genipabu, a primeira praia com dunas. Chegando lá nosso buggy quebrou. Ficamos no meio da areia parados, maior soléu. O motorista ligou pra outro que chegou pra nos buscar. Trocamos de carro e partimos para as dunas! Não. Não partimos. O novo buggy também quebrou. Os dois tiveram o mesmo defeito: quebrou a planetária (caixa de marchas).
Lá vamos nós ficar mais um tempo esperando pelo terceiro buggy. E nessa hora eu já tava pensando em nem ir mais, vai que o outro quebra também? Mas tudo bem, o terceiro chegou e tava tudo funcionando numa boa.
Saímos para a subida de Genipabu, alta adrenalina. Lá também dá pra tirar umas fotos bacanas e até andar de jegue.
Eu montei na Marta e dei uma voltinha. Ela não tava muito afim de me carregar não. Diz o dono dela que é porque ela acabou de dar cria e tava trabalhando no seu período de licença maternidade. Sacanagem, né?
Por falar em montaria, lá em Genipabu também dá para dar uma voltinha em um dromedário. Achei caro e não topei, mas o visual do lugar é fantástico.
De lá, mais uma volta pelas areias e uma travessia de balsa até chegar à Lagoa de Pitangui. Linda, água boa e relaxante. Acho que relaxamos tanto quando paramos lá que até esqueci de bater fotos. Uma pena, fica para a próxima.
De Pitangui fomos à Lagoa de Jacumã, onde rola de brincar no Skibunda. Você desce a duna numa pranchinha e cai dentro d’água. É bacana para brincar, mas não tem graça de repetir. O mais bacana é o sistema que a galera criou pra você subir. É um banquinho montado num trilho. O banco é puxado por uma esteira tracionada por um motor de fusca. Lá em cima um “motorista” dirige a máquina.
Descendo no skibunda!
domingo, 24 de janeiro de 2010
João Pessoa. Pronto!
A primeira coisa a se destacar é a expressão “pronto”. Isso, lá pelo nordeste é usado como o “véi” aqui em Brasília, o “daí” no Paraná e o “bah” no Rio Grande do Sul. Basicamente uma vírgula. É normal rolar um diálogo do tipo:
Eu: Você pode me informar como chego na praia de Cabo Branco?
Nativo: Pronto. Pega aqui a beira-mar, segue reto. Sabe onde fica o Hotel Tambaú?
Eu: Sei sim.
Nativo: Pronto. Do Tambaú você vai dobrar, pegar a paralela...
Ou algo do tipo:
Eu: Esse peixe a Zé do Pipo vem com que acompanhamentos?
Garçom: Pronto. Vem com arroz e salada.
Eu: Dá pra dois?
Garçom: Pronto. Dá sim.
Eu: Então me vê um desse e uma cerveja.
Garçom: Pronto. Dois copos?
Em tudo lá eles usam o “pronto”. Chega a ser divertido algumas situações. Eu contei um garçom que falou 6 “pronto” enquanto anotava nosso pedido.
Pronto. Chega de falar disso e vamos à viagem. Nossa chegada foi um tanto conturbada. Inicialmente ficaríamos hospedados em Lucena, um município próximo à João Pessoa. Porém, quando chegamos lá não nos agradamos muito do local e acabamos indo para JP. O problema foi que nessa de chegar, conhecer, não gostar, resolver mudar e arrumar um novo lugar perdemos praticamente dois dias úteis de praia.
Problema resolvido, nos hospedamos em um flat à beira-mar na praia de Manaíra. O local não era muito movimentado, o que achei bom, mas era perto do movimento da feirinha de artesanato de Tambaú. Na real, estávamos no centro de tudo. Do nosso flat pro Hotel Tambaú (uma referência de localização na cidade) dava uns 5 minutos caminhando. Então era pertinho pra ir pras outras praias também.
Depois de reconhecer a área fomos ao nosso primeiro passeio, o pôr do sol na Praia do Jacaré, em Cabedelo, outro município colado à João Pessoa. A praia é de Rio, o Paraíba, que nasce e morre no estado, segundo o guia do passeio. “O único no Brasil a nascer e morrer no mesmo estado”, disse ele. Mas não tenho certeza disso. A área é repleta de mangues preservados e algumas ilhas.
Mas o que vale a pena mesmo é o famoso pôr do sol ao som do Bolero de Ravel, tocado pelo saxofonista Jurandir. A lenda é que uma antiga francesa que habitava a beira do rio Paraíba criou o hábito de assistir o poente diariamente ao som do bolero e tomando vinho. Quando seu marido teve de voltar para a França, ela o acompanhou e desde então o Jurandir passou a manter o ritual. Diariamente, faça chuva ou faça sol ele entra na canoa e toca o bolero pra galera.
O cara está no guiness book como a pessoa que mais tocou a melodia no mundo. Já são mais de 3000 execuções. Por que o Bolero de Ravel? Porque ele dura os mesmos 17 minutos que o sol leva para se esconder.
Fraco esse pôr do sol, né?
Quem vai até lá tem três opções para assistir ao espetáculo. A primeira é sentar-se em um dos bares que ficam na beira do rio – e aí é preciso chegar cedo para pegar um bom lugar. Os bares cobram um couvert artístico na média de R$ 5,00. A segunda – que foi minha escolha – é pagar R$ 20,00 e entrar no catamarã. No barco você dá uma volta pelo Paraíba, tem a companhia de um guia que fala sobre história, geografia, hidrografia e curiosidades do estado e da cidade e ainda fica bem do lado do Jurandir na hora da música.
Taí o Jurandir do Sax na canoa
No vídeo abaixo dá pra ver o fim do show do Jurandir. Ele estava bem ao lado do nosso barco. O vento atrapalha um pouco a captação do som, mas dá pra ter uma idéia do tanto de gente que se junta lá para assistir.
Outro passeio bacana que fizemos foi o da Areia Vermelha. São umas ilhas que se formam a uns 800 metros da praia, de acordo com a baixa da maré. Embarcamos num barco (R$ 10 por pessoa) na praia do Poço (cerca de 20 minutos de onde estávamos) e em 15 minutos chegamos às ilhas de areia avermelhada – que eu nem achei tão avermelhada assim. O bacana de lá é a estrutura que montam para atender o público. Barcos-bares ancoram perto da areia e servem todo tipo de petiscos, pratos e bebidas. Em pouco tempo a ilha fica cercada de lanchas, jets e barcos.
Aquilo ao fundo são os barcos, lanchas, jets ancorados na ilha
A água é cristalina e muito rasa. Se você der sorte consegue até ver alguns peixes. Nós fomos brindados com a visita de um cardume de bagres. Bacana de ver, mas triste de constatar que eles aparecem atrás de comida que o povo joga na água. De farofa a restos de peixe. O cardume que vi estava se entupindo de farofa de lingüiça jogada por um grupo que chegou de lancha.
Os bagres e a tia jogando a linguicinha pra eles
A cidade de João Pessoa é bem arrumada, organizada e estruturada. Tem bons hotéis, bons restaurantes e a estrutura das praias urbanas também é muito boa. Entre os restaurantes vale destacar o Mangai, já estabelecido em Brasília, mas muito mais charmoso na capital paraibana. E também o Mango Café. Pequenino, bem decorado, aconchegante e com um excelente cardápio de wraps, saladas e cafés. Comi um cheesecake de goiaba lá que era algo divino. Chega fiquei triste de ter descoberto o local só no último dia.
O restinho do chessecake de goiaba e o chocolate quente
Para mim, que fui acompanhado de namorada, sogra e cunhada ainda rolou outro passeio: feiras de artesanato. Tudo que você imaginar é vendido nessas feiras. Lembrancinhas singelas como chaveiros e ímas de geladeira, camisetas “estive em JP e lembrei de você”, bordados, cerâmicas, doces. Uma infinidade!
Enfim, João Pessoa é uma cidade que ainda fará parte dos meus roteiros. Quem conhece pode perceber que não conheci quase nada do local. Então, fica a dívida para a próxima visita.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
É possível ser feliz
A primeira alegria foi o fato da minha operadora de celular não ter sinal lá. Já deixei ele desligado e esquecido no fundo da mala. A segunda era a distância da internet. Na casa que me hospedei não havia computador. Até vi alguns em outras casas e umas duas lan house na cidade, mas para quê?
Não havia necessidade de consultar e-mails, saber das últimas das celebridades, twittar, blogar ou qualquer outra coisa desse mundo virtual que eu adoro. A única necessidade que eu tinha era dormir, acordar, comer (muito e muito bem) e beber uma cervejinha seja na cozinha de casa ou na calçada do boteco.
E nesses momentos descobrimos que sim, é possível ser feliz longe de toda essa correria, toda essa velocidade, toda essa informação, toda essa quantidade de coisas que fazemos ao mesmo tempo.
É possível ser feliz. E também é possível tomar mais uma geladinha.
PS: estou de partida para João Pessoa (PB). Volto daqui uns 10 dias. A cidade lá é grande, mas farei o possível para ser feliz longe de tudo. Quando voltar, conto tudo a vocês.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Modernidade
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Buenos Aires, enfim – Parte 6, o fim da viagem
No Malba confesso ter ficado decepcionado. O museu é enorme, mas tinham várias salas fechadas para a montagem de uma exposição do Andy Warhol, então acabamos vendo – de muito interessante – só as obras do acervo permanente. Dentre elas, quadros de Tarsila do Amaral, Frida Khalo, Fernando Botero, Diego Rivera e vários outros. Muito bacana, mas pelo que tinha ouvido sobre o Malba, esperava mais. Lá também tem um café super charmoso e uma livraria/lojinha de lembranças bem bacana. Trouxe uns bloquinhos de anotação de lá super legais. Minha irmã ficou com um deles. O mais bonito, lógico. Observação: para entrar no Malba são 10 pesos (estudantes) por pessoa.
Depois de uma tarde entre os quadros e peças do Malba, demos um passeio por um shopping próximo ao museu para passar o tempo antes de irmos ao Te Mataré Ramirez. Lá a Natália começou a manifestar uma dor de cabeça. O tempo passou, fomos para o restaurante e a dor de cabeça tornou-se enxaqueca. Sentamos à mesa do restaurante e vi que a cara dela não estava nada boa. Ela leu o cardápio e disse que ia pedira só uma água. Saquei que não dava pra ficar. Levantamos e fomos embora. No caminho ela passou super mal. Foi o pior momento da viagem.
Chegamos ao hotel, ela tomou remédio e deitou para dormir. Depois que a situação se acalmou eu desci e voltei ao Pousada de 1820, o primeiro lugar que comemos, para jantar. Agora sozinho. Comi uma carne com o Buffet de saladas, tomei um mini vinho Nieto Senetiner Malbec e ainda peguei uma marmitinha de salada para levar pra ela. Ela comeu e sentiu-se melhor. Ainda bem, pois iríamos embora no dia seguinte e não queria que ela estivesse doente para pegar vôo. Mas deu tudo certo. A enxaqueca, provavelmente, foi causada por toda a comida “diferente” que havíamos comido durante esses dias. Nada como um tomate com alface para amenizar a situação.
Nossa viagem chegou ao fim. O tempo útil do dia seguinte foi curto. Deu só para comprar uns alfajores no Havanna, uns bons vinhos e arrumar as malas. A viagem tinha sido ótima, mas a saudade de casa e, principalmente, da comidinha brasileira já estava falando mais alto.
Na chegada ao aeroporto ainda fomos brindados com uma típica manifestação sócio-cultural argentina: o Panelaço! Os funcionários do aeroporto estavam reclamando de alguma coisa que não deu para enteder.
Buenos Aires, enfim – Parte 6
Durante os dias do show do galã da Guatemala a Bombonera esteve completamente fechada. Só reabriu na segunda. E claro, lá fomos nós rumo à La Boca para conhecer o Museo de La Pasión Boquense. O museu é bem bacana. Tem muita história, títulos, troféus, elencos, camisas. Achei super legal que a única camisa de outro time em exposição é uma do Santos. Melhor, é uma do Pelé de um jogo entre Boca e Santos lá pelos anos 60.
Para quem achou que o Arjona não ia mais causar problemas, enganou-se. Como o palco ainda estava sendo desmontado e o estádio sendo limpo, não pudemos entrar nas arquibancadas. Fiquei decepcionado. Mas fica essa dívida para a próxima visita à capital portenha.
A entrada do museu. As fotos lá dentro não ficaram boas
De lá fomos almoçar em um restaurante que fomos muitíssimo bem indicados, o Casa Roca. Sem medo de errar, afirmo que foi nossa melhor refeição em terras argentinas. Mais uma vez, chegamos cedo demais. Batemos na porta do restaurante pouco depois de 12h e a garçonete nos atendeu assustada. Não esperava ninguém tão cedo. Até porque a casa é pequena e funciona muito com o sistema de reserva. A primeira pessoa depois de nós só chegou às 13h. Mas fazer o quê? Estávamos mortos de fome.
Primeira coisa a se destacar em relação ao Casa Roca é o ambiente. O restaurante fica em uma “casa” toda em estilo antigo. Na recepção os sofás, as cadeiras, as mesas, os abajures, as cortinas, os quadros e enfeites e a lareira remetem ao século XIX. Tudo muito bonito. No site deles tem toda a história do lugar. Quem tiver um espanhol melhor que o meu, leia.
O cardápio da casa é fechado por semana. O restaurante só funciona de segunda a sexta para almoço. Não tínhamos ido antes, pois ficamos tentando ir para jantar. Mas valeu a espera. Na entrada eu comi um flan de queijo gruyére com tomate e a Natália uma sopa de legumes. Os dois pratos muito gostosos.
Para o prato principal o meu pedido foi a bisteca de porco com purê de batata e chutney de uma fruta que, pelo paladar, não descobri qual era e que me esqueci do nome que a garçonete falou. Ela disse em espanhol, não reconhecemos e depois nos esquecemos.
A Natália pediu um frango ao curry com verduras “Al Wok”, que é um estilo indiano. Se o meu prato estava bom, o dela estava sensacional. Até sugeri uma troca, mas ela não topou.
Mas na sobremesa eu dei o troco. Pedi um “arrollado” de mousse de laranja com molho de damasco. Era uma massa de pão de ló recheada com a mousse. Sensacional!
A Natália pediu uma mousse de morango. Também estava excelente. Mas a minha era beeeem melhor!
Para acompanhar tudo isso, tomamos o vinho Finca La Linda Malbec 2007. Saímos satisfeitíssimos com tudo. Sabe o que mais? Tudo isso saiu por 65 pesos por pessoa, mais o vinho que custou 40 pesos. Muito barato!
Buenos Aires, enfim – Parte 5, O Fantasma da Ópera
Chegando lá as portas ainda não estavam abertas. Aguardamos do lado de fora e observamos o movimento de quem mais chegava. No que pude observar, só mesmo a classe A de Buenos Aires estava lá. Afinal, os ingressos não eram baratos. Eu e Natália pagamos 230,00 pesos (cerca de R$112,00) em cada entrada, em excelentes lugares. Claro que o mesmo espetáculo aqui em Brasília teria ingressos similares a preços muito maiores, mas para os argentinos seria o mesmo que nos cobrarem 230 reais em cada ingresso. E essa é uma das vantagens de ir à Argentina, cada realzinho suado que você juntou aqui vale pouco mais de 2 pesos lá.
O espetáculo foi simplesmente sensacional. Não sou um cara muito chegado a musicais, mas confesso que depois desse fiquei muito interessado em ver outros. A produção é magnífica, o cenário é milimetricamente pensado, o som é perfeito e os atores são muito bons. Tanto em voz, quanto em interpretação.
Para quem foi para a Argentina querendo se encantar pelo Tango e volta encantado por um musical totalmente estrangeiro pode ser frustrante, mas te digo que não foi. Foi excelente! Natália é fã da história. Já viu o filme umas 900 mil vezes e ficou mais encantada ainda.
Tudo acontece com muita perfeição. O candelabro começa caído na cena do leilão, volta ao lugar original e durante o desenrolar da história volta ao chão. Uma das coisas que achei mais bacanas é a cena em que o Fantasma leva Cristine para os subterrâneos do teatro em um barco. A reprodução do lago e a entrada do barco no palco são muito legais. Parece que você está realmente vendo uma canoa navegando.
A canoa do fantasma "navegando" no meio do palco
Digo, com certeza e sem desmerecer todo o resto, que esse foi o “passeio” mais legal que fizemos em Buenos Aires. Acho que me surpreendi, uma vez que não esperava muito.
Era proibido tirar fotos durante a peça, mas eu consegui “roubar” essas, por isso, não liguem para a qualidade. Se é que alguma teve qualidade até agora.
Depois do espetáculo fomos jantar no Puerto Madero. Acabamos escolhendo o restaurante Bahia Madero e não nos arrependemos. A primeira coisa bacana de lá é que eles têm um cardápio em português. “Recebemos muitos turistas brasileiros”, nos disse, em tom de explicação, o garçom que nos atendeu. Perguntei se o Bahia tinha algo a ver com a nossa Bahia e ele disse que não. Que é apenas uma coincidência, mas um dos sócios da casa é brasileiro. Então talvez não seja tão coincidência assim, né? Mas nós descartamos o cardápio em português. Queríamos forçar nosso (dela, não meu) espanhol.
Pois bem, como entrada Natália comeu um queijo grelhado com salada. Eu fui de bruschettas. Uma tradicional de tomate e outra de berinjela.
Bruschettas: tomate e berinjela
Como prato principal eu pedi uma massa. Era tipo um rondelli de presunto com molho de queijo. Natália comeu um frango com cenoura e molho de champignons, acompanhado de batata sauté. Tudo muito bom!
Para beber, tomamos o nosso primeiro e único vinho branco. Escolhemos o Estiba I Chardonnay. Excelente! E nesse dia não teve sobremesa. Estávamos muito cheios e, apesar de termos descansado antes do teatro, o sono ainda nos dominava. Principalmente depois de uma garrafa de vinho.
Voltamos para dormir. Nosso último dia útil na cidade seria agitado.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Buenos Aires, enfim – Parte 5
Novo dia de passeio. Era dia de ir a Palermo. Começamos cedo visitando o Jardim Japonês. O lugar é lindo, impecável. Bonsais, pedras, pontes, lagos, carpas, monumentos, casa de chá, e até aquele gongo gigante. Tem de tudo lá! Muito bacana e vale demais a vista. Tem que pagar para entrar, mas é coisa boba. Foram 8 pesos por pessoa.
Vista geral do Rosedal
De lá buscamos um local para almoçar. Acabamos parando na Plaza Júlio Cortázar que é cercada por bares, restaurantes e é ponto de uma feira de artesanato/brechó. Não sei se já comentei isso, mas Buenos Aires é uma cidade tardia. Tudo lá é mais tarde. Eu e Natália saíamos cedo para andar, logo sentíamos fome mais cedo também. Ao meio-dia não tem praticamente nenhum restaurante em pleno funcionamento ainda. Este dia foi mais uma das vezes em que constatamos isso. Sentamos no melhor local que achamos aberto, um bar/restaurante chamado Bar Abierto. Comemos uma quiche de legumes de entrada – e que eu estava com tanta fome que não lembrei de tirar foto – e depois um filé mignon ao molho de vinho tinto acompanhado de batatinhas. Tudo delicioso! E Quilmes, é claro!
Filezinho ao ponto, molho saboroso e batatinha pra acompanhar!
De lá eu queria ir conhecer uma outra sorveteria de que ouvi falar bem. A Persico é a maior concorrente da Freddo. Dizem, inclusive, que foi fundada pelos primeiros donos da Freddo. De posse do endereço da sorveteria perguntei a um policial se ficava perto. O bacana me disse que sim, nós acreditamos e fomos andando. A Natália queria me matar. Andamos muito e a sorveteria não chegava nunca.
E o pior, não estávamos perdidos. A todo momento perguntávamos a outras pessoas na rua se estávamos no caminho certo e a resposta era que sim. Acho que andamos uns sete quarteirões em linha reta e depois ainda descemos uns três até acharmos a sorveteria. Durante o trajeto pensamos em pegar um táxi umas 4 vezes, mas a cada pensamento também pensávamos que já estava mais perto, que já tínhamos caminhado até ali... e assim continuamos nossa jornada. Com final feliz. Achamos a sorveteria e tomamos um delicioso sorvete. Eu comi um de chocolate meio amargo que era algo fora de série. E complementei com um de menta e pedaços de chocolate. A Natália comeu de doce de leite e frutas silvestres. Não vou dizer que valeu a caminhada, porque podíamos ter pego o taxi na Plaza Julio Cortázar e evitar a fadiga, mas o sorvete era muito bom!
Sorvete Persicco: menta com chocolate e chocolate meio amargo
De lá, taxi para o hotel. Tínhamos que descansar, pois a noite nos reservava nosso mais esperado evento: O Fantasma da Ópera!O espetáculo também merece um post a parte. Este, ao contrário do tango, por ter sido fora de série! Então fica pro próximo capítulo... aguardem!
Buenos Aires, enfim – Parte 4, o Tango
Fomos ao Señor Tango. Os próprios argentinos recomendam aos turistas que à primeira vez na capital porteña assistam a esse espetáculo que é classificado como mais Broadway Style. Ele é um espetáculo mais completo, não apenas o casal dançando no palco. Tem orquestra, encenação teatral, um casal de gêmeas cantoras e um cantor principal. Tudo isso deixa o espetáculo muito grande, arrastado e cansativo. E eu ainda saí de lá com a impressão de que a dança em si ocupou um espaço mínimo do show.
Primeiro de tudo, a casa Senõr Tango é distante do centro da cidade. Então você já perde um bom tempo no trajeto de ida e volta – que ficou ainda maior depois da decepção. Chegando lá há um jantar, que também foi péssimo. Carne no padrão argentino, mas que não fez nenhuma diferença, e uma batata assada como acompanhamento. A minha veio crua. O vinho servido também não era dos melhores. A sobremesa, nem me lembro do que se tratava, mas era algo entre um flan e uma gelatina de morango. Péssimo.
Aí começa o show. Um teatrinho lá pra falar da dominação e independência das terras argentinas. Uns cavalos no palco, uma coisa meio gaúcho da fronteira... Aí entra o primeiro casal para dançar. A dança é ótima, linda. A única coisa que vale a pena assistir. Aí vem as gêmeas, cantam, brincam com a platéia, mais um par de dança e eis que chega o momento de Fernando Soler, o cantor principal do show. Terror e pânico.
O cara é um mala. Passa mais de uma hora em cima do palco e canta só meia dúzia de músicas. As principais, claro: Por uma Cabeza, El dia que me quieras, Caminito. De resto ele só fala. Fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala,sai para mais um par dançar, volta e fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala. Sobre a Argentina, sobre economia, sobre futebol, sobre mulheres, sobre o Brasil e sobre nossa rivalidade. E isso é um saco. O pior, só dá pra ir embora quando acaba. Pior ainda, custa caro. Cerca de 80 dólares por pessoa.
Muita gente foi e adorou. Minha irmã foi uma das que me incentivou a ir. Eu detestei e não recomendo. Próximo capítulo!
PS: também não podia tirar foto durante o show. Até tirei umas roubadas, mas achei aquilo tudo tão chato que nem vou me dar ao trabalho de postá-las aqui.